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Novo errou ao não declarar oposição ao governo Bolsonaro, avalia Amoêdo

João Amoêdo pede autocrítica ao Partido Novo após resultado fraco nas eleições municipais de 2020 - Marcio Komesu/UOL
João Amoêdo pede autocrítica ao Partido Novo após resultado fraco nas eleições municipais de 2020 Imagem: Marcio Komesu/UOL

Do UOL, em São Paulo

23/11/2020 11h23Atualizada em 23/11/2020 13h00

Candidato à presidência pelo Novo em 2018, João Amoêdo acredita que o partido errou ao não declarar oposição ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o fundador do Novo disse que é preciso uma autocrítica em relação ao desempenho nas eleições municipais.

"É importante o partido fazer uma autocrítica justamente para pensar numa estratégia para 2022. O que aconteceu nesta eleição é que muita gente ainda apostava, pelo nível de aceitação do presidente, que ele seria uma pessoa com forte influência nos resultados municipais, e que, consequentemente, uma postura mais forte de oposição a ele poderia prejudicar. O que a gente viu depois é que a força do presidente foi muito pequena", disse.

Com João Amoêdo como candidato, o Novo ficou com a quinta colocação nas eleições presidenciais de 2018 com 2,7 milhões de votos, à frente de nomes conhecidos como Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB). Porém, nas eleições municipais o partido não elegeu nenhum prefeito no primeiro turno.

Para Amoêdo, a falta de unidade dentro do partido levou a um enfraquecimento da marca. "Ajustes precisam ser feitos. Nossa proposta original era a de que o Novo fosse uma instituição, uma marca forte que permitisse que pessoas não conhecidas fossem eleitas. Isso aconteceu nas últimas eleições [2018], mas nesta, particularmente, por falta de unidade, a marca ficou enfraquecida. E isso impactou nosso desempenho", disse.

João Amoêdo ainda afirmou que declarar oposição não significaria se colocar contra todas as medidas que possam a ser colocadas em práticas pelo Governo.

"Se fazemos uma avaliação ruim do que está aí, isso não deve influenciar nosso comportamento em relação às pautas. É óbvio que se vier uma reforma tributária boa, vamos votar. Mas isso não significa que temos que avaliar como bom o governo Bolsonaro. São coisas distintas", disse.

Em 2018, Amoêdo declarou voto em Bolsonaro no segundo turno contra Fernando Haddad (PT).