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PSOL lança anticandidatura de Erundina para apoiar Baleia no 2º turno

A candidatura de Luiza Erundina (Psol-SP) foi defendida por parte do partido - Jorge Araujo/Folhapress
A candidatura de Luiza Erundina (Psol-SP) foi defendida por parte do partido Imagem: Jorge Araujo/Folhapress

Kelli Kadanus

Colaboração para o UOL, em Brasília

18/01/2021 16h58Atualizada em 18/01/2021 18h42

O PSOL lançou hoje a candidatura da deputada Luiza Erundina (SP) à presidência da Câmara. Rachado, o partido oficializou a decisão tomada na semana passada em reunião da Executiva Nacional, mas deve apoiar Baleia Rossi (MDB-SP) se houver segundo turno.

A decisão sobre lançamento ou não de candidatura própria do PSOL dividiu a bancada na Câmara, composta por dez deputados, e deve servir apenas para marcar posição da esquerda na disputa. Outros partidos de esquerda, como PT, PCdoB, PDT e PSB, decidiram apoiar a candidatura de Baleia.

"Essa disputa eleitoral na Câmara se dá em um momento crucial na vida do país", afirmou Erundina. A candidata do PSOL também fez uma série de críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à gestão da pandemia.

Erundina afirma que o lançamento de candidatura própria do PSOL é fruto do esgotamento da possibilidade de articulação de um bloco progressista na Câmara. Ela também destacou que, até hoje, nenhuma mulher presidiu a Câmara dos Deputados.

"A prioridade neste momento é tirar Bolsonaro do poder por meio do impeachment", disse a deputada federal Talíria Petrone (RJ) no evento de lançamento da candidatura.

O racha no PSOL foi exposto na última quarta-feira (13) através de uma carta assinada por metade da bancada, defendendo uma candidatura própria. Assinam o documento Áurea Carolina (MG), Glauber Braga (RJ), Ivan Valente (SP), Luiza Erundina (SP) e Taliria Petrone (RJ).

O PSOL afirma que, caso a candidatura de esquerda não esteja no segundo turno, que o voto da bancada seja no candidato que representar uma alternativa àquele apoiado pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido).

O Palácio do Planalto aposta suas fichas na candidatura de Arthur Lira (PP-AL). Até agora, ele conseguiu apoio de nove partidos, que somam 196 votos (sem contar eventuais "traições", já que o voto é secreto.

Já o candidato apoiado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é Baleia Rossi. O bloco de apoio ao emedebista conta com 11 partidos, que contam com 261 votos (também sem levar em conta as eventuais traições).

Como o voto é secreto, há muitas dissidências nos blocos partidários, o que torna a eleição imprevisível e disputada voto a voto. Como a eleição já tem nove candidatos, porém, a tendência é que a decisão saia só no segundo turno.

O deputado federal Marcelo Freixo (RJ) defendeu publicamente que o partido integrasse o bloco de Baleia Rossi já no primeiro turno.

"O comando da Câmara não pode estar nas mãos de um aliado de Bolsonaro até 2022. Por isso, defendo o ingresso da bancada do PSOL, assim como fizeram todos os partidos de esquerda, no bloco democrático cujo candidato é o deputado Baleia Rossi", disse no Twitter na semana passada. O deputado alega que "o risco de não haver segundo turno é real".

Líder do partido na Câmara, Sâmia Bonfim (SP) também defendia uma aliança com o bloco de Baleia já no primeiro turno.

A maioria no partido, porém, quis seguir outro caminho. De acordo com a resolução aprovada na reunião da última sexta-feira (15), o PSOL decidiu construir "uma candidatura de esquerda no primeiro turno que defenda as bandeiras da ampliação de direitos, da democracia, da soberania nacional, da defesa da saúde pública".