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Lira considera apoio do PSL 'fato consumado' e defende 'vacina para todos'

Arthur Lira (Progressistas-AL) busca apoio para se eleger presidente da Câmara - Luís Macedo/Câmara dos Deputados
Arthur Lira (Progressistas-AL) busca apoio para se eleger presidente da Câmara Imagem: Luís Macedo/Câmara dos Deputados

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

20/01/2021 13h54

Candidato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) considera "fato consumado" que terá o PSL em seu bloco parlamentar. Lira também alfinetou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que apoia o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) para a sua sucessão.

Em entrevista no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, Lira também defendeu "vacina para todos" após ser questionado sobre erros na condução do governo Jair Bolsonaro sobre o tema. "Nós temos que tratar todos juntos, desta vez sem politização nenhuma, da questão da vacina. A vacina tem que ser para todos, para toda população, para todo o estado. Não tem que ser para esse ou para aquele", declarou.

Sobre o apoio do PSL na disputa na Câmara, Lira afirmou que "há regras regimentais e nós já tínhamos a maioria absoluta dos 53 [parlamentares do partido]. Mas agora já temos maioria na Mesa para deliberar sobre isso, o que não foi feito porque as reuniões sempre eram interrompidas pelo presidente [Rodrigo Maia]. Nos encontramos, politicamente, por vontade dos deputados. Essa questão está resolvida. Ontem foi um grande dia com a entrada no bloco do PSL e do PTB", afirmou.

Ainda em relação a Maia, Lira dirigiu críticas sobre o que considerou uma política "centralizadora". "Quero deixar claro uma mudança de rumo na Câmara dos Deputados [caso seja eleito]. O presidente vai sempre votar, mas vai sempre escutar o colégio de líderes, ouvir a maioria, as bancadas. Vai acabar a política do 'eu faço' e 'nós vamos fazer'."

Questionado sobre como poderia agir de forma mais efetiva caso assuma o comando da Câmara, Lira desconversou, mas mandou uma indireta ao atual presidente da Casa, Rodrigo Maia.

"Essa distorção que nós temos no sistema brasileiro tende a se encerrar. O presidente da Câmara não é o salvador da pátria nem será. Ele não é o dono da casa nem o dono da Câmara. As coisas daqui pra frente serão decididas em conjunto."

Petistas e bolsonaristas posam ao lado de Lira

Lira esteve pela manhã na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), onde se reuniu com 22 parlamentares da bancada fluminense na Câmara dos Deputados. A reunião fez parte da rodada de encontros que ele vem tendo com lideranças de vários estados.

Deputados estaduais e federais posaram para fotos com o candidato de Bolsonaro para a sucessão de Rodrigo Maia (DEM). Do petista André Ceciliano, que preside a Alerj, ao bolsonarista Luiz Lima (PSL), todos fizeram questão de posar ao lado de Lira e estreitar as relações.

Após a visita à Alerj, Lira deu entrevista à imprensa no Palácio Guanabara que contou com a presença do governador em exercício Cláudio Castro (PSC). Oficialmente, a agenda do governo fluminense diz que Lira recebeu as demandas de políticos do Rio.

Nos bastidores, comenta-se contudo que a aproximação entre ele e Cláudio Castro (PSC) faz parte da política estabelecida entre o governador em exercício do Rio e membros do Palácio do Planalto. Uma negativa para o encontro, portanto, poderia causar desagrado a Bolsonaro. O governador não se manifestou durante a entrevista.

Flordelis vai a encontro e evita imprensa

Uma das lideranças que chamaram atenção ao chegar ao encontro na Alerj foi a deputada federal Flordelis (PSD), acusada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) de ser a mentora do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Ela não falou com a imprensa. Usando tornozeleira eletrônica, a parlamentar não foi presa por ter imunidade prisional, já que é deputada.

Nos corredores e no plenário da Alerj, deputados evitaram registros ao lado dela.

Ontem, a Procuradoria de Justiça deu parecer favorável para afastar a deputada do cargo de parlamentar enquanto durar a primeira fase do processo criminal. A decisão agora cabe aos desembargadores da 2ª Câmara Criminal. Flordelis nega as acusações.