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Major Olímpio acusa Bolsonaro de interferir em eleição ao comando do Senado

Major Olimpio (PSL-SP), que concorre à presidência do Senado - 18.jan.2019 - Simon Plestenjak/UOL
Major Olimpio (PSL-SP), que concorre à presidência do Senado Imagem: 18.jan.2019 - Simon Plestenjak/UOL

Natália Lázaro

Colaboração para o UOL, em Brasília

28/01/2021 12h05

Major Olímpio (PSL-SP), candidato à presidência do Senado, acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de improbidade administrativa, crimes contra a administração pública e interferência nas eleições ao comando do Senado Federal.

Desde que Bolsonaro deixou o PSL, em 2019, Major Olímpio tem trocado farpas com o ex-aliado.

Agora, o parlamentar diz que o presidente participa de forma "escrachada e vergonhosa" das eleições no Congresso, marcadas para o dia 1º de fevereiro, prometendo cargos e emendas, o chamado "toma lá, dá cá".

Essa participação escrachada e vergonhosa do Executivo e do presidente Bolsonaro se envolvendo na votação da Câmara e Senado, oferecendo o que não vão poder pagar depois, isso não vai acontecer na plenitude.
Major Olímpio, senador pelo PSL-SP

Para ele, trata-se da quebra do artigo 37 da Constituição Brasileira, colocando os interesses políticos acima das necessidades da população.

Apesar da incriminação, negou ter sido procurado por parlamentares da base ou integrantes do Executivo com oferecimento de cargos em troca de votos. "A saúva sabe a roça que come", disse apenas, sobre o assunto.

Mesmo com as rixas entre ex-colegas de bancada, Olímpio disse que não iniciaria um processo de impeachment contra o presidente por "vingança", justificando que "não mistura as coisas".

"Eu não sou oposição ao Bolsonaro porque não sou oposição ao Brasil. Eu tenho minhas diferenças com Bolsonaro, mas não misturo as coisas. Se entrar um pedido formal de impeachment que tenha substancias e evidência, eu vou colocar para que o plenário seja soberano e decida sobre o andamento dele", afirmou.

Na semana passada, o senador entrou com pedido na PGR (Procuradoria-Geral da República) para que sejam analisados os atos do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no combate à pandemia do novo coronavírus.

"Tenho convicção de que o ministro praticou crime e foi minha responsabilidade ir à PGR. Se fosse por eleição, teria feito o contrário, a grande maioria do Congresso não viu a necessidade de uma CPI, nós ainda estamos 'dormindo em braço esplêndido'."

Além dele, na corrida à chefia da Casa, estão Simone Tebet (MDB-MS), Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).

"Posso até ser um remédio amargo, mas sou o único remédio necessário para o Senado neste momento", concluiu Major Olímpio.

Apesar da retirada de candidatura pelo MDB, o senador disse que se mantém "firme" na corrida pela presidência do senado. "Ao contrário, sigo mais firme ainda com minha candidatura ", contou.