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Lira abre espaço para novas vacinas e cobra vetos de Bolsonaro

Natália Lazaro

Colaboração para o UOL, em Brasília

03/02/2021 17h05Atualizada em 03/02/2021 18h27

Na sessão que abriu o novo ano legislativo no Congresso Nacional, o novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Brasil deve abrir a possibilidade de trazer para o Brasil outras vacinas contra a covid-19 ainda não aprovadas, pediu por união na Casa e voltou a prometer independência, cobrando vetos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que estava presente na solenidade.

Ao falar sobre a pandemia do novo coronavírus, Lira afirmou que o país pode ampliar o número de imunizantes contra a doença. Até o momento, o pais só tem aprovação para uso emergencial da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, e da AstraZeneca, feita pela Fiocruz em conjunto com a Universidade de Oxford.

No discurso, Lira avaliou outras possibilidades. "Abrindo quem sabe novas opções de novas vacinas que já estão disponíveis nos mercados mundiais", disse ele, em discurso. No momento, as vacinas Sputnik V, Janssen, Pfizer e Covaxin não têm autorização no país.

Ainda na sessão que iniciou os trabalhos legislativos, Lira disse que a "eclosão da pandemia do novo coronavírus" comprometeu empregos e desfalcou a economia. Ele defendeu novamente o auxílio emergencial responsável por "garantir a sobrevivência de milhares de famílias", segundo ele.

"O auxílio emergencial aprovado pelo parlamento no final de março, um mês depois do primeiro caso no Brasil, garantiu a sobrevivência de milhares de famílias e deu fôlego à economia", argumentou.

Na fala, ele retomou o discurso de alinhamento com o poder Executivo, mas alfinetou Bolsonaro pelos 24 vetos que aguardam sanção presidencial no Palácio do Planalto, enquanto defendia a retomada da Proposta de Lei Orçamentária Anual.

"A Proposta de Lei Orçamentária anual e os 24 vetos presidenciais prontos para liberação. Essa liberação é necessária para destrancar a pauta do plenário do Congresso Nacional", disse, ao se referir às pautas que devem ser votados na Casa.

Bolsonaro vaiado

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também discursou no Congresso Nacional, durante a abertura dos trabalhos legislativos.

Após o Hino Nacional e antes do discurso do Executivo, integrantes da Casa gritaram pelo seu afastamento, chamaram o presidente de "fascista" e "genocida" e criticaram a postura do presidente sobre a pandemia do coronavírus. Em resposta, os aliados de Bolsonaro gritaram "mito", antes de o presidente desafiar os oposicionistas: "nos encontramos em 2022".

"Muitos debates entre nós, muitas ideias divergentes, mas sempre respeito a qualquer autoridade que porventura estivesse presente neste momento", completou. Enquanto isso, Rodrigo Pacheco, novo presidente do Senado, pedia respeito no plenário.

Fux defende democracia

Em seguida, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, pregou a defesa da democracia e da Constituição em sua mensagem ao Congresso Nacional.

"Nós, homens e mulheres públicos, somos passageiros nas funções que ocupamos. No entanto, os feitos em prol do fortalecimento das instituições, da democracia, e das liberdades humanas e de imprensa não conhecem tempo, nem espaço", afirmou.

O presidente do STF também se compadeceu pelos mais de 226 mil mortos por causa da pandemia de coronavírus no Brasil.

"A inauguração de um novo ciclo é um convite para reafirmarmos as missões institucionais e para renovarmos o compromisso de lealdade à Constituição e à democracia", afirmou o presidente do Supremo.

Pacheco quer paz

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pregou a pacificação e a superação da polarização política no Brasil. Ele também defendeu a independência e a harmonia entre os três poderes.

"Aprendi a fazer política em Minas Gerais, e a política mineira sempre foi de pacificação, de busca de união e de unidade, de respeito, de conciliação, de moderação, de equilíbrio e de muita racionalidade", disse Pacheco. "A política não deve ser movida por arroubos do momento e por radicalismos", completou.

O presidente do Senado também defendeu o fim da polarização. "Devemos superar os extremismos que vemos surgirem, de tempos em tempos, de um ou de outro lado, como se a vida tivesse um sentido só, uma mão única, uma única vertente", afirmou.