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Operação Lava Jato

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Senadores de PT e Pros pedem que TCU apure gastos milionários da Lava Jato

"Acho que os princípios da moralidade e economicidade foram excluídos", defendeu Jean Paul Prates (PT-RN) - Marcos Oliveira/Agência Senado
"Acho que os princípios da moralidade e economicidade foram excluídos", defendeu Jean Paul Prates (PT-RN) Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

08/02/2021 18h24Atualizada em 08/02/2021 18h29

Cinco senadores do PT e uma senadora do Pros pediram hoje que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue as despesas milionárias da Operação Lava Jato com diárias e passagens, revelados na semana passada pelo Poder360. O levantamento mostrou que o MPF (Ministério Público Federal) gastou R$ 7,5 milhões entre 2014 e 2020 — sendo cerca de R$ 3,8 milhões apenas com cinco procuradores.

"Os princípios da administração pública têm que ser obedecidos por todos os entes públicos. Infelizmente, acho que os princípios da moralidade e economicidade foram excluídos da lista dos procuradores, que passaram anos se deslocando pelo país afora, sem se mudar definitivamente para a cidade em que estavam trabalhando", criticou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), um dos signatários do pedido.

Segundo a reportagem, foram feitas 49 viagens internacionais, sendo Estados Unidos e França os destinos mais comuns, com 13 viagens cada. Até 2020, foram 2.585 deslocamentos nacionais e internacionais, somando R$ 1,8 milhão em passagens.

Os procuradores Antônio Carlos Welter, Januário Paludo, Orlando Martello Júnior, Carlos Fernando dos Santos e Diogo Castor de Mattos foram os que mais gastaram com deslocamento, ainda de acordo com o levantamento. Ao todo, foram pouco mais de R$ 3 milhões em diárias e R$ quase R$ 735 mil em viagens.

Todos os números divulgados pelo Poder360 foram obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação).

Os valores se referem, em sua maioria, a idas a Curitiba, no Paraná, onde funcionava a base da operação. Os procuradores saíam de seus estados para trabalhar junto à força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol, mas não pagavam ou eram descontados por isso.

"Os cinco procuradores (...), embora designados para a força-tarefa, concentrada, como de notória ciência e ampla publicidade, na cidade de Curitiba, não constituíram residência nesta cidade, sede da operação. Ao invés disso, optaram por solicitar, e foram atendidos, pagamentos em diárias e passagens, o que resultou em gastos exorbitantes e de duvidosa legalidade", argumentam os parlamentares, que pedem ao TCU "providências fiscalizatórias" junto ao MPF para averiguar a aplicação de recursos públicos na Lava Jato.

Além de Jean Paul Prates, também assinaram o ofício os senadores Paulo Rocha (PT-PA), Humberto Costa (PT-PE), Jaques Wagner (PT-BA), Rogério Carvalho (PT-SE) e Zenaide Maia (Pros-RN).

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