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Daniel Silveira, Sara Winter e Eustáquio: os bolsonaristas presos pelo STF

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

17/02/2021 14h52

Acusado de defender o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal), o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) acabou preso na noite de ontem a mando do ministro da Corte Alexandre de Moraes, que é relator de dois inquéritos envolvendo o parlamentar. O deputado, porém, não é o único bolsonarista a ser preso nos últimos meses por decisão do STF.

Por unanimidade, o Plenário do STF votou hoje pela manutenção da prisão do deputado. Além de Daniel Silveira, conheça outros simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que tiveram o mesmo destino:

Sara Winter

LSN foi evocada no caso da prisão da ativista de direita Sara Winter, que está sendo investigada por ações em conjunto com seu grupo '300' - Instagram/Sara Winter - Instagram/Sara Winter
Sara Winter, investigada por ações em conjunto com seu grupo armado
Imagem: Instagram/Sara Winter

Quem é? A ativista e youtuber perdeu a eleição para deputada federal pelo Rio de Janeiro em 2018, mas chegou ao poder ao coordenar as políticas para a maternidade no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, já sob Damares Alves. Ao sair da pasta, ajudou a criar o grupo armado 300 pelo Brasil, em apoio a Bolsonaro.

Por que foi presa? A prisão temporária em 15 de junho do ano passado fez parte de um inquérito no Supremo que investiga a participação do 300 pelo Brasil na organização de atos antidemocráticos que pediam intervenção militar e o fechamento do STF e do Congresso Nacional.

Além de Sara Winter, foram presos outros 5 ativistas, todos integrantes do 300 pelo Brasil. No dia 24 de junho, Moraes substituiu a prisão temporária por medidas cautelares: soltos, ela e outros ativistas passaram a ser monitorados por tornozeleira eletrônica.

O que ela diz: A defesa de Winter afirma que se tratou de "uma prisão política", baseada "em um mandado genérico, que não informa qual artigo do Código Penal ela infringiu".

Oswaldo Eustáquio

Oswaldo Eustáquio foi alvo de mandados de busca da Polícia Federal - Divulgação/Oswaldo Eustáquio - Divulgação/Oswaldo Eustáquio
Oswaldo Eustáquio, blogueiro bolsonarista
Imagem: Divulgação/Oswaldo Eustáquio

Quem é? Logo após a soltura de Winter, a Polícia Federal prendeu o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que foi assessor de Damares durante o governo de transição.

Por que foi preso? Eustáquio foi detido pela Polícia Federal em Campo Grande (MS) no dia 26 de junho após ser apontado como um dos organizadores e incentivadores dos atos ocorridos em 2020 pela volta da ditadura. Após ser solto e voltar à cadeia em dezembro por descumprir prisão domiciliar, Alexandre de Moraes autorizou novamente que o blogueiro deixasse a cadeia usando tornozeleira eletrônica.

O que ele diz? Em postagem no Twitter após a prisão, Eustáquio afirmou ser "prisioneiro no Senhor": "Me torno hoje um jornalista preso político, minha voz não será calada. A cadeia se romperá".

Antonio Carlos Bronzer e Jurandir Pereira Alencar

Antônio Carlos Bronzeri (de amarelo) e Jurandir Pereira Alencar - Polícia Civil - Polícia Civil
Antônio Carlos Bronzeri (de amarelo) e Jurandir Pereira Alencar
Imagem: Polícia Civil
Quem são? Antonio Carlos Bronzer e Jurandir Pereira Alencar são ativistas conservadores.

Por que foram presos? Os dois foram presos em flagrante em maio do ano passado. Eles faziam parte de um grupo com cerca de 20 manifestantes pró-Bolsonaro que foi até o prédio onde mora o ministro Alexandre de Moraes protestar contra a decisão do magistrado de suspender a nomeação presidencial de Alexandre Ramagem para a chefia da Polícia Federal.

Com uso de um megafone, os manifestantes chamaram Moraes de "comunista que não gosta de polícia" e que estava "com medo do Ramagem". Após 49 dias presos, acabaram soltos, mas voltaram para a prisão em novembro do ano passado após terem violado regras da prisão domiciliar.

O que eles dizem? Os dois se consideram presos políticos. Os advogados dos ativistas afirmam que a prisão é arbitrária sobretudo porque os crimes têm pena máxima inferior a quatro anos de prisão. "A polícia veio armada pra cima da gente. Ostensivamente. Como se fôssemos um criminoso comum", afirmou Bronzeri à Folha. "O que nós descobrimos é que esse Estado democrático de Direito está podre", completou Jurandir.