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Malafaia faz ameaça a deputado evangélico que votar contra Daniel Silveira

5.fev.2019 - O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso em 16/02/2021 após ataques a ministros do STF - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
5.fev.2019 - O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso em 16/02/2021 após ataques a ministros do STF Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

18/02/2021 16h34

Líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o pastor Silas Malafaia ameaçou qualquer deputado evangélico que votar contra o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), quando a sua prisão virar pauta no plenário da Câmara. O parlamentar foi preso anteontem em "flagrante delito" por fazer ameaças a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Estado Democrático de Direito, segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes.

"Alerta à Frente Parlamentar Evangélica! Deputado evangélico que votar em favor dessa aberração jurídica de manter um deputado preso por suas falas, vou denunciar aos evangélicos, para nunca mais ser votado por nós", disse ele, na mensagem. "O que está em jogo é o Estado Democrático de Direito Democrático. Absurdo", acrescentou.

Em vídeo, publicado nas redes sociais, Malafaia disse não concordar com as palavras do deputado, mas afirmou que a prisão de Silveira é "inconstitucional". Ele também fez críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

"Vergonha total! Lira, presidente da Câmara, trabalhou essas 24 horas com os líderes para manter o deputado preso. Uma cambada que tem rabo preso no STF. Está tudo combinado! Só Deus para livrar o Brasil desses homens maus. Seria lindo ver os deputados desobedecerem aos líderes", afirmou.

Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", Arthur Lira afirmou hoje ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que a prisão do deputado bolsonarista deve ser mantida pelo plenário da Casa. Alguns parlamentares também costuram uma solução para relaxar a prisão de Silveira sem confrontar o STF, conforme apuração do UOL. A votação ocorre ainda nesta quinta-feira.

Silveira divulgou um vídeo com ataques a ministros da Corte — em especial, a Edson Fachin, Gilmar Mendes e ao próprio Moraes. Ele foi preso em Petrópolis, cidade da região serrana do Rio, pela PF (Polícia Federal).

Nas redes sociais, Silveira confirmou que a Polícia Federal foi a sua casa, em Petrópolis. "Aos esquerdistas que estão comemorando, relaxem, tenho imunidade material. Só vou dormir fora de casa e provar para o Brasil quem são os ministros dessa Suprema Corte. Ser 'preso' sob estas circunstâncias é motivo de orgulho", publicou.

Ele é investigado em dois inquéritos: o que investiga notícias falsas e ameaças contra membros do STF - caso dentro do qual a prisão foi decretada - e o que mira o financiamento e organização de atos antidemocráticos em Brasília. Em junho, o parlamentar foi alvo de buscas e apreensões pela PF e teve o sigilo fiscal quebrado por decisão de Moraes.

Em depoimento, o deputado negou produzir ou repassar mensagens que incitassem animosidade das Forças Armadas contra o STF ou seus ministros.

STF vota pela manutenção de prisão

Os ministros do STF votaram, por unanimidade, em uma sessão rápida, pela manutenção da prisão do deputado federal Daniel Silveira.

Moraes, relator do inquérito das fake news, foi o primeiro a votar hoje e confirmou a manutenção da prisão. Em seguida, os demais ministros referendaram o voto. Pela ordem, foram: Kassio Nunes, Edson Fachin, Rosa Weber, Dias Toffoli, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, presidente da Corte.

Moraes disse que foi comunicado pelo próprio Luiz Fux, presidente da Corte, sobre o vídeo que incriminou o parlamentar. Fux pediu "análise de eventuais providências" contra o deputado.