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Morte de Olimpio: Líder da bancada da bala critica Bolsonaro por silêncio

O senador Major Olímpio (PSL-SP) retirou sua candidatura à presidência da Casa para apoiar Simone Tebet (MDB-MS) - FREDERICO BRASIL/ESTADÃO CONTEÚDO
O senador Major Olímpio (PSL-SP) retirou sua candidatura à presidência da Casa para apoiar Simone Tebet (MDB-MS) Imagem: FREDERICO BRASIL/ESTADÃO CONTEÚDO

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

19/03/2021 19h49Atualizada em 19/03/2021 19h49

O presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública na Câmara, também conhecida como bancada da bala, deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), criticou hoje o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo silêncio diante da morte do senador Major Olimpio (PSL-SP).

Internado desde o início de março, Olimpio morreu ontem aos 58 anos em decorrência de complicações da covid-19. Assim como Capitão Augusto, Olimpio construiu a carreira na Polícia Militar de São Paulo e tinha a segurança pública como uma das principais pautas no Congresso Nacional.

Até o momento, Bolsonaro não se manifestou sobre a morte de Olimpio, seu ex-aliado de primeira hora. O senador ajudou ativamente na campanha de Bolsonaro ao Palácio do Planalto, acompanhou o então candidato durante sua recuperação pós-facada e se tornou parte de sua base aliada no Parlamento. Após divergências quanto a atitudes de Bolsonaro, Olimpio rompeu com o presidente no início do ano passado.

Para Capitão Augusto, não há por que ter raiva de Olimpio e quaisquer atritos políticos devem ser deixados de lado neste momento. Um dos principais desafetos de Olimpio, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prestou condolências à família e aos amigos do senador.

A família não tem nada a ver com isso. Os eleitores não têm nada a ver com a briga, digamos assim. O mínimo que se tem que fazer é se solidarizar com a dor daqueles que ficaram"
Capitão Augusto (PL-SP), deputado federal

"A gente não tem como não estranhar ou lamentar essa ausência do Bolsonaro neste momento", acrescentou. "O perdão é a premissa do cristianismo, e ele que fala tanto nessa parte, então, é de se lamentar e espero que ainda hoje faça um manifesto."

Augusto ressalta que a família Bolsonaro sempre foi bem recebida pelos integrantes da Polícia Militar de São Paulo. Os militares são uma das principais bases eleitorais do clã. Portanto, esperava um reconhecimento do presidente da República, afirmou.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) lamentaram a morte de Olimpio e prestaram solidariedade aos familiares.

Coronel Tadeu diz respeitar posicionamento de Bolsonaro

Por outro lado, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), também com raízes na Polícia Militar de São Paulo, próximo a Olimpio e aliado de Bolsonaro, diz ser difícil julgar e opinar sobre o silêncio de Bolsonaro.

"A gente não está dentro do sentimento da pessoa, né? Possivelmente, ele deve guardar uma mágoa grande do Olimpio e não quis fazer nenhum comentário. Eu respeito esse posicionamento dele", afirmou.

Major Olímpio é o terceiro senador a morrer devido a complicações da covid-19. José Maranhão (MDB-PB), morreu aos 87 anos, em 8 de fevereiro deste ano. Arolde de Oliveira (PSD-RJ), morreu aos 83 anos, em 21 de outubro de 2020.

Ao lamentar a morte de Arolde, Bolsonaro ressaltou a idade do senador e disse que a "tendência de todo mundo é chegar lá", sem citar que o falecimento se deu por conta da covid-19.