Depois de Jair, Carlos Bolsonaro critica governadores: "Mulheres maravilha"

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), criticou medidas de isolamento social implementadas por governadores e prefeitos. No Twitter, Carlos afirmou que os políticos se comportam como "mulheres maravilhas (...), as famosas rainhas do deserto que metem lockdown generalizado".

Críticas de Carlos vêm depois de declarações do pai

O presidente Jair Bolsonaro também fez críticas às medidas de isolamento neste feriado de Páscoa. "Trabalhar, muitas vezes, também é uma atividade física. Por que então fecham praias, academias, proíbem futebol?", questionou Bolsonaro no Twitter, em publicação na sexta-feira (2).

Na manhã deste sábado (3), em live transmitida em uma visita à Associação Beneficente Cristã Casa de Maria - Beth Myriam, em Itapoã (DF), Bolsonaro disse ser contra o "fecha tudo". O presidente afirmou que apoia "medidas protetivas", mas que "tudo tem limite".

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De acordo com especialistas, medidas de distanciamento social, que podem incluir o fechamento de atividades não essenciais, precisam ser tomadas para frear a contaminação do novo coronavírus, especialmente quando o sistema de saúde está sobrecarregado.

Um dos exemplos da efetividade de medidas de distanciamento social é o município de Araraquara, no interior de São Paulo. A cidade estava com o sistema de saúde em colapso no início de março, quando implementou um lockdown rígido. Quase trinta dias depois, no dia 26 de março, a cidade chegou a zerar o número de mortes por covid-19 em 24 horas.

Brasil enfrenta pior momento da pandemia

As declarações de Jair e Carlos Bolsonaro vêm no pior momento da pandemia no Brasil. No mês de março, o país bateu recorde de mortos por covid-19: foram 66.868 vítimas da doença em um único mês. O número é mais do que o dobro do registrado em junho de 2020 (32.912 mortes), mês que, até então, havia sido o pico da pandemia.

Na sexta-feira (2), segundo dados do consórcio de veículos de imprensa coletados junto às secretarias estaduais de Saúde, o país chegou à marca de 328.366 mortes por covid-19 desde o início da pandemia. Foram 2.807 mortes registradas em 24 horas. Com isso, a média móvel de mortes no país ficou em 3.006 óbitos nos últimos sete dias.