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Bolsonaro diz que 'há grande possibilidade' de o Brasil fabricar Sputnik V

Jair Bolsonaro conversou por telefone com o presidente russo Vladimir Putin - Isac Nóbrega/Presidência da República
Jair Bolsonaro conversou por telefone com o presidente russo Vladimir Putin Imagem: Isac Nóbrega/Presidência da República

Do UOL, em São Paulo

06/04/2021 15h16Atualizada em 06/04/2021 17h48

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje em entrevista à emissora de televisão CNN Brasil que "há uma grande possibilidade de o Brasil fabricar a [vacina] Sputnik V". No início da tarde ele se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para tratar do assunto.

"O Brasil avançou na negociação, sem intermediário. A negociação é entre o governo brasileiro e o governo russo", disse. Em vídeo obtido pela CNN, Bolsonaro esclarece: "Logicamente dependemos ainda de resolver alguns entraves aqui no Brasil e estamos com contatos com as demais autoridades, entre eles a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de como nós podemos efetivamente importar essa vacina".

O presidente afirmou que, caso a Anvisa aprove o imunizante, a intenção é produzi-lo no Brasil. "Esperamos, caso aprovada a vacina Sputnik, que nós vamos produzir ela no Brasil", afirmou.

A Sputnik V vem tendo dificuldades para obter a aprovação para uso no Brasil. A Anvisa já reprovou um pedido de uso emergencial e suspendeu o prazo de avaliação para outra solicitação. A União Química é a farmacêutica que deve ser responsável por essa fabricação no país em parceria com o Instituto Gamaleya, de Moscou.

A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) informou em nota que o presidente telefonou ao seu par russo na tarde de hoje e abordou a possibilidade de aquisição e fabricação da vacina Sputnik no Brasil. Além dos dois chefes de Estado, participaram da ligação os ministros das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, além do diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.

Em entrevista coletiva posterior à reunião, Barra Torres afirmou que a produção no Brasil "é uma possibilidade concreta". Ele explicou que a União Química já teve instalações inspecionadas e aprovadas pela Anvisa.

No vídeo divulgado pela CNN, o ministro da Saúde também se manifestou, afirmando que a reunião foi uma "cúpula de alto nível". "Assim que houver uma superação nas questões regulatórias, estaremos aplicando a vacina aqui no Brasil", completou o Queiroga.

Sputnik V ainda não foi aprovada no Brasil

A vacina Sputnik V ainda não recebeu aprovação da Anvisa nem para uso emergencial, nem para registro definitivo. Hoje, a diretoria da agência se reúne com governadores do Consórcio Nordeste para tratar do pedido de uso emergencial. Participam também os governadores do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e do Acre, Gladson Cameli (PP).

O consórcio já reservou 37 milhões de doses do imunizante e, mesmo sendo possível a produção nacional, as primeiras doses serão importadas. Os governadores de nove estados protocolaram um pedido de importação junto à Anvisa na semana passada e agora tentam acelerar a aprovação do uso emergencial.

Segundo a Anvisa, porém, o órgão vem esbarrando em dificuldades para obter toda a documentação necessária da União Química. O primeiro pedido de uso emergencial do laboratório, feito em janeiro, chegou a ser recusado porque não tinha "requisitos mínimos para submissão e análise" segundo a agência. Outro pedido, feito há duas semanas, teve o prazo de análise suspenso por falta de dados.