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CPI da Covid: 'Governo não tem nenhum temor', defende Onyx Lorenzoni

Onyx Lorenzoni critica instalação da CPI da Covid no Senado - Divulgação/Secretaria-Geral da Presidência da República
Onyx Lorenzoni critica instalação da CPI da Covid no Senado Imagem: Divulgação/Secretaria-Geral da Presidência da República

Colaboração para o UOL

15/04/2021 12h38Atualizada em 15/04/2021 13h46

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, criticou hoje a instalação da CPI da Covid no Senado. Onyx defendeu que o governo "não tem nenhum temor" pelo trabalho que será feito pelos senadores sobre a condução da pandemia do novo coronavírus no país.

"Quem idealizou a CPI achava (que o governo iria temê-la), porque não tem informações de que o governo teria algum problema, alguma coisa, para esconder. Não temos absolutamente nenhum temor. O governo sabe o que fez", disse o ministro, em entrevista à CNN.

Em uma crítica às medidas mais severas de restrição da circulação das pessoas por causa da pandemia, Onyx citou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alegando que o chefe do Executivo federal foi o "primeiro líder mundial" a falar em "equilíbrio" entre saúde e economia.

Ou seja, cuidar da saúde sim, mas também cuidar da saúde econômica das famílias. Dinheiro não faltou. Tanto é que você tem cinco operações da Polícia Federal em vários estados, em várias capitais brasileiras, por mau uso do dinheiro mandado pelo governo federal
Onyx Lorenzoni

As medidas restritivas para o distanciamento social são defendidas por autoridades da saúde para se evitar uma transmissão da covid-19.

Reizinhos' e 'imperadores'

O ministro fez duras críticas aos prefeitos e governadores, os quais chamou de "reizinhos das cidades" e "imperadores dos estados", respectivamente. Assim como Bolsonaro, ele fez uma leitura que é contestada sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que deu autonomia aos estados e municípios para definir as ações locais contra a covid-19.

"Se o STF não tivesse tirado do presidente a condição de poder fazer a gestão do enfrentamento da pandemia, não teríamos os reizinhos das cidades, não teríamos os imperadores dos estados, que hoje batem em cidadão de bem, que prendem pessoas que querem trabalhar, que retiram o direito dessas pessoas de poder levar o pão para casa para alimentar os seus filhos", reclamou.

Em abril do ano passado, de forma unânime, o STF decidiu que governadores e prefeitos têm poder para determinar medidas restritivas na pandemia, definindo quais atividades podem ser suspensas e quais serviços deixam de funcionar, mas não tirou a autonomia do Executivo federal nas estratégias de contenção da crise sanitária.

Na entrevista de hoje, Onyx aproveitou também para criticar a adoção de lockdown como uma das medidas para evitar a propagação do novo coronavírus. A OMS (Organização Mundial da Saúde) defende que o isolamento total pode frear o aparecimento de novos casos da doença.

Alguém inventou esta história de que tinha que trancar tudo. Quando se escrever daqui a 5 ou 10 anos a história dessa pandemia, vai ver a culpa sobre o Imperial College, de Londres, que inventou esse negócio de lockdown
Onyx Lorenzoni

Eleições 2022

Ao comentar a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, de anular as condenações do ex-presidente Lula pela Justiça Federal do Paraná na Lava Jato, Onyx classificou o ato do magistrado como "surpreendente". Ele disse que a intenção de Fachin com a decisão foi fazer com que Lula participe das eleições do ano que vem.

"O objetivo do ministro Fachin é permitir que o presidente Lula venha disputar uma eleição. Que venha! O Lula vai sofrer a maior derrota da vida dele, e sabe para quem? Jair Messias Bolsonaro", cogitou.

O ministro afirmou que o presidente Bolsonaro será candidato à reeleição em 2022 e vê o PT (Partido dos Trabalhadores) como o principal adversário do governo no pleito.

É claro que em 2022 vamos ter o PT (nas eleições). A única coisa que estamos aguardando é saber quem é o adversário, se é Haddad ou Lula. Mas qualquer dos dois vai perder a eleição
Onyx Lorenzoni

Vacinação

Sem apresentar dados, Onyx ainda afirmou que até julho deste ano o Brasil terá vacinado a metade de sua população contra a covid-19.

De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, atualmente, passados três meses do início da vacinação contra ao novo coronavírus, o Brasil imunizou aproximadamente 25 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 12% de toda a população.

"Em julho, o Brasil será o quarto país do mundo em vacinas aplicadas. Só vai perder para a China, os Estados Unidos e a Índia, porque eles têm a população maior do que a nossa", projetou.