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Randolfe: Orçamento de Bolsonaro é passeio ciclístico, não pedalada

Gabriel Toueg

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/04/2021 04h00

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o orçamento que o governo do Jair Bolsonaro (sem partido) tenta aprovar é um "passeio ciclístico", em referência à pedalada fiscal que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A declaração foi dada durante o Baixo Clero, o podcast de política do UOL, desta semana.

"Eu fui contra o impeachment da presidente Dilma, que foi [impedida] por conta de uma 'pedalada'. O Bolsonaro vai sancionar um Orçamento que não é uma pedalada, é um passeio ciclístico completo", disse Randolfe (assista a partir de 44:46 no vídeo acima).

Ao falar sobre o legado do governo Bolsonaro para a democracia brasileira, o senador disse que a década de 2020 está "perdida". "Eu acho que a segunda década deste século, lamentavelmente, vai passar para a história como a segunda década perdida" do Brasil, disse, em referência à chamada "década perdida" dos anos 1980 (assista a partir de 48:47 no vídeo acima).

"Tivemos um pífio crescimento econômico", afirmou, ao sugerir que a centro-esquerda também devesse fazer uma autocrítica. "Deve haver uma profunda reflexão dos erros que foram cometidos do ponto de vista do pacto democrático", declarou. Segundo o parlamentar, "reconstruir o país não vai ser uma tarefa fácil".

Randolfe disse que, numa disputa entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula na eleição do ano que vem, ele apoiaria "qualquer um para superarmos este momento que estamos vivendo". Segundo ele, "ser oposição a Jair Bolsonaro, a essa altura, não é uma tarefa de direita, de esquerda, de centro; é uma tarefa civilizatória", disse (assista a partir de 43:18 no vídeo acima).

Randolfe disse que apoiou a Operação Lava Jato porque é "um dever do homem público apoiar o combate à corrupção". O senador reconheceu entretanto que a operação "errou no final".

"Está comprovado que o princípio do juiz natural não foi respeitado", disse. "As ligações do que veio a se chamar de 'Vaza Jato' [deixam claro] que princípios constitucionais elementares não foram cumpridos" (assista a partir de 43:44 no vídeo acima). Segundo ele, a Lava Jato "acabou de vez quando o [juiz] Sergio Moro aceitou ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, aí desmoralizou, acabou ali", disse.

O colunista do UOL Diogo Schelp questionou o parlamentar se ele pretende disputar o governo do Amapá, seu estado, mas ele desconversou: "Neste momento estou com uma tarefa tão grande, que é estar nessa CPI, estou tão preocupado com isso, que a minha maior preocupação agora é o serviço que tenho que cumprir", disse.

"Chegando ao ano que vem, quero contribuir com a construção de uma ampla frente política para tirar o Brasil desse atoleiro em que estamos", afirmou (assista a partir de 45:54 no vídeo acima).

Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição de áudio. Você pode ouvir Baixo Clero, por exemplo, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e Youtube —neste último, também em vídeo.