Topo

Esse conteúdo é antigo

Dr. Jairinho é desligado da Comissão de Justiça e Redação na Câmara do RJ

O vereador Dr. Jairinho foi desligado da Comissão de Justiça e Redação na Câmara do RJ - Tania Rego/Agência Brasil
O vereador Dr. Jairinho foi desligado da Comissão de Justiça e Redação na Câmara do RJ Imagem: Tania Rego/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

19/04/2021 07h52Atualizada em 19/04/2021 08h25

O médico e vereador Dr. Jairinho (sem partido), suspeito de atrapalhar as investigações acerca da morte do enteado Henry Borel, de 4 anos, foi desligado da Comissão de Justiça e Redação da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. A decisão do desligamento do parlamentar foi divulgada na edição de hoje no Diário Oficial da Câmara e assinada pelo presidente da casa, o vereador Carlos Caiado (DEM), na última terça-feira (13).

O ato levou em consideração a expulsão sumária do parlamentar do partido Solidariedade após acusações da possível participação dele na morte do enteado e um disposto no precedente regimental da Câmara dos Vereadores. O vereador já havia sido afastado do Conselho de Ética da Câmara.

"O presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições regimentais, determina: 1) Desligar o Vereador Dr. Jairinho da Comissão de Justiça e Redação", determina o ato divulgado no Diário Oficial da Câmara.

O salário de Jairinho foi suspenso após ele ser preso no dia 8 de abril junto com a namorada, a professora Monique Medeiros, mãe do menino Henry, morto no dia 8 de março. Em depoimentos, duas ex-namoradas de Jairinho relataram ter sido agredidas, assim com os filhos delas, pelo parlamentar.

Na quarta-feira (14), a juíza Mirela Erbistri, da 3ª Vara de Fazenda Pública do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), indeferiu de forma liminar o pedido da bancada do PSOL na Câmara dos Vereadores para afastar o Dr. Jairinho do cargo de vereador.

Na justificativa, a magistrada alega ser indiscutível que o cargo de vereador exige "idoneidade e conduta ilibada" e que o caso que envolve o vereador Dr. Jairinho mobiliza um "clamor social por justiça", mas que sem condenação criminal ou administrativa, ela não pode afastar o vereador.

Entenda o caso

Henry Borel, de 4 anos, havia passado o final de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida. Por volta das 19h, ele deixou a criança no condomínio onde morava a mãe do menino, Monique Medeiros, que havia se mudado para viver com o novo namorado, o vereador Dr. Jairinho, com quem começou um relacionamento em outubro de 2020.

Câmeras de segurança registraram a chegada do garoto, sem nenhum problema de saúde aparente.

De acordo com as investigações, na madrugada do dia 8 de março, Jairinho e Monique levaram o menino ao Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, onde relataram que a criança apresentava dificuldade respiratória. O casal então ligou para o pai do garoto para relatar o ocorrido.

Leniel foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança. Orientado pelos profissionais do hospital, o pai do menino abriu uma ocorrência na 16ª DP para entender o que aconteceu com o filho. A morte do menino ocorreu ainda no dia 8.

O laudo da necropsia de Henry indicou sinais de violência e a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente.