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Decisão do STF 'foi para tirar a autoridade de Bolsonaro', diz Barros

O deputado Ricardo Barros (Progressistas) criticou o que chamou de "ativismo político do judiciário no Brasil" - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O deputado Ricardo Barros (Progressistas) criticou o que chamou de "ativismo político do judiciário no Brasil" Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

20/04/2021 10h31

O deputado federal Ricardo Barros (Progressistas), líder do governo na Câmara dos Deputados, afirmou hoje que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em dar aos municípios e estados autonomia para conduzir ações de enfrentamento à pandemia foi "para tirar a autoridade do presidente" Jair Bolsonaro (sem partido).

"Quando o presidente tentou impor a sua visão sobre a pandemia, o Supremo discordou da visão e por duas vezes decidiu no seu plenário que a responsabilidade era de estados e municípios para conduzir a pandemia. As decisões e o julgamento foram exatamente para tirar a autoridade do presidente. Lamento profundamente o ativismo político do judiciário no Brasil", disse Barros em entrevista à CNN Brasil.

O deputado ainda afirmou que o Supremo está "seguidamente invadindo prerrogativas que são exclusivas do poder legislativo e do poder executivo" e criticou "a cobrança" feita pela Corte questionando porque a Câmara não abriu um processo de impeachment contra Bolsonaro.

"O Supremo tem que ter a humildade de receber ações e descrever 'arquive-se, não é da nossa competência'. Vamos parar com esse negócio de ativismo político. Se um juiz não gosta do prefeito ele fica contrariando as decisões do prefeito. Numa cidade, o juiz manda abrir, na outra, o juiz manda fechar", disse.

Questionado sobre a falta de uma liderança nacional na condução das ações de combate à pandemia, Barros declarou que se "não há uma organização efetiva do combate a pandemia no Brasil é porque as decisões judiciais foram divergentes em várias questões".

"Cada um tem que assumir sua culpa. Porque o presidente Bolsonaro tinha um decisão diferente do senso geral, ele foi combatido e o judiciário enquadrou o presidente Bolsonaro. Agora não cobre dele, depois de tê-lo enquadrado", finalizou.