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Intubação faz parte do procedimento de endoscopia, diz oncologista de Covas

Covas anunciou ontem que ficaria afastado do cargo por 30 dias para se dedicar ao tratamento do câncer - Secom
Covas anunciou ontem que ficaria afastado do cargo por 30 dias para se dedicar ao tratamento do câncer Imagem: Secom

Colaboração para o UOL

03/05/2021 15h50Atualizada em 03/05/2021 16h41

O médico Tulio Pfeiffer, que faz parte da equipe que está cuidando do prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse hoje que o procedimento de intubação e sedação, ao qual Covas foi submetido, é normal e faz parte do exame de endoscopia digestiva alta.

"No processo de endoscopia digestiva alta é muito importante proteger a via aérea do paciente. Então, a sedação e a intubação foram feitas como parte da endoscopia para proteger ele durante o procedimento. Não sentimos nenhuma piora pulmonar, nada disso", disse Pfeiffer, em entrevista à Rádio BandNews FM.

Segundo o médico, Covas já tinha previsto uma internação eletiva hoje para prosseguir o tratamento, mas ontem ele relatou que estava muito cansado e a internação foi antecipada.

"Os exames de sangue mostraram que ele estava com anemia e para investigar nós fizemos uma endoscopia digestiva alta. Nessa endoscopia foi identificado um sangramento na úlcera gástrica. Esse sangramento foi tratado e agora, após o procedimento, ele está se recuperando na UTI," explicou o médico.

Covas vai para UTI

Bruno Covas teve que ser internado hoje na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após apresentar um sangramento no estômago.

No fim de semana, o prefeito passou mal —teve náuseas e vômitos— e foi ao hospital fazer exames, que apontaram uma lesão com sangramento na região da cárdia, que liga o esôfago ao estômago, onde o prefeito descobriu o primeiro tumor, em 2019.

Segundo comunicado oficial da Prefeitura de São Paulo, Covas está intubado e "recebendo as medidas adequadas de suporte clínico". Os médicos ainda não deram previsão de alta e as sessões de quimioterapia e imunoterapia, por enquanto, estão suspensas até a recuperação do prefeito. O sangramento abdominal está sob controle.

Ontem, o tucano anunciou uma licença do cargo por 30 dias, para se dedicar ao seu tratamento. A orientação para a licença foi feita pela equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, que acompanha Covas.

O pedido de afastamento deve ser oficializado hoje à Câmara Municipal. O vice-prefeito Ricardo Nunes (MDB) vai assumir a gestão nesse período.

O câncer

Desde o começo de abril, a luta do prefeito contra o câncer tem ficado cada vez mais dura. Ele recebeu alta na semana passada depois de ficar internado duas semanas para tratar novos focos da doença no fígado e nos ossos. Além disso, Covas teve de drenar líquidos acumulados na região do seu abdômen e pulmão.

Fora os três procedimentos, o prefeito ainda realizou, durante todas madrugadas até ontem, uma alimentação suplementar via cateter, para manter o corpo com nutrientes e dentro do peso ideal. Ele foi diagnosticado em outubro de 2019 com um câncer na cárdia. Exames recentes indicaram que o tumor estava em metástase —foram encontrados novos pontos da doença no fígado e nos ossos.

No ano passado, o prefeito concluiu quatro meses de quimioterapia e teve queda de cabelo e barba, além de resultar na perda de alguns quilos. Mas havia sido o suficiente para frear a doença. Desde então, manteve apenas o tratamento de imunoterapia.