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Fiquei surpreso pois não se alinhou a Bolsonaro, diz petista sobre Torres

Senador demonstrou surpresa com depoimento de chefe da Anvisa - Pedro França/Agência Senado
Senador demonstrou surpresa com depoimento de chefe da Anvisa Imagem: Pedro França/Agência Senado

Colaboração para o UOL

11/05/2021 18h14

O senador Humberto Costa (PT-PE), titular da CPI da Covid, se mostrou positivamente surpreso com o depoimento do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres. Em sua fala à Comissão, o chefe da Anvisa disse, entre outras coisas, que pensa diferente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o uso de máscaras, distanciamento social e uso de tratamento precoce, no combate à covid-19.

"Fiquei surpreso e terminou sendo uma boa surpresa, porque estamos acostumados a receber aqui integrantes do governo que ao invés de se abraçarem às teses mais legítimas e adequadas ao enfrentamento da pandemia, procuram simplesmente se alinhar ao posicionamento e postura do presidente da república", disse o petista, em entrevista à CNN Brasil.

O senador ressaltou a importância do depoimento de Barra Torres como uma demonstração de "independência e autonomia" do chefe da agência - indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro e aprovado para o mandato por senadores. Para Humberto Costa, as falas reafirmam, também, "a postura da Anvisa como uma instituição de estado, independente, que tem seguido as orientações de autoridades sanitárias internacionais".

Fragilidade no depoimento

Apesar de elogiar o depoimento e esclarecimentos prestados por Barra Torres à CPI da Covid, o senador Humberto Costa também percebeu uma fragilidade. Para o petista, algumas falas do diretor-presidente da Anvisa em relação à russa Sputnik V soaram mal, tanto porque o processo não está concluído, quanto porque "atingem a credibilidade da vacina".

"Primeiro porque pode ser que daqui a pouco a vacina seja aprovada, e eu acho que vai ser aprovada. Segundo porque existem as versões. A vesão da Anvisa tem sido uma, a visão do fundo russo e do consórcio nordeste tem sido outra", argumentou.

Hoje, o chefe da Anvisa alegou que não há trabalhos em curso relacionados ao imunizante. Barra Torres explicou que o processo que poderia resultar na liberação para aplicação da vacina no Brasil está parado, aguardando que a União Química - laboratório brasileiro que adquiriu os direitos de produção e fez o pedido de uso emergencial à Anvisa - apresente mais documentos que comprovem a segurança.