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'Se for candidato, serei para ganhar', diz Lula sobre eleições de 2022

Lula ainda não decidiu se irá concorrer nas próximas eleições - Ricardo Stuckert
Lula ainda não decidiu se irá concorrer nas próximas eleições Imagem: Ricardo Stuckert

Colaboração para o UOL

21/05/2021 08h52

Em entrevista para a Rádio Tupi hoje de manhã, o ex-presidente Lula (PT) disse ainda não ter certeza se irá concorrer nas eleições presidenciais de 2022, mas se entrar na corrida será para ganhar e bater o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido).

"Não decidi se serei candidato. Posso ser, se for serei para ganhar, é uma responsabilidade. Nunca será mérito pessoal, mas do grau de consciência do povo brasileiro", falou. O ex-presidente recentemente recuperou seus direitos políticos e ficou à frente de Bolsonaro em pesquisas que simulam as próximas eleições, incluindo um possível segundo turno entre os dois.

Não é sobre se o Lula vai vencer o Bolsonaro, o povo brasileiro vai derrotar o Bolsonaro, vai optar pela democracia, decência, por alguém que seja humanista, que respeite, goste de paz e não de guerra, distribua livros e não armas. Alguém que não faça discurso de ódio 24h por dia, fale de amor, mude a história do Brasil. E eu estarei dentro dela.

Lula

O petista ainda afirmou que Bolsonaro venceu as eleições de 2018 porque Lula não podia se candidatar, já que tinha sido condenado por receber propina no caso do sítio de Atibaia. O ex-presidente ficou um ano e sete meses na prisão até ser solto em novembro de 2019 e, dois meses atrás, recebeu de volta os direitos para participar da política. "Foram muitas mentiras sobre o PT também. Não me permitiram concorrer, então estou com paciência e esperando", falou.

Lula não poupou críticas ao atual mandante federal, especialmente sobre a forma que a pandemia tem sido conduzida no Brasil. Segundo o petista, Bolsonaro poderia ter evitado pelo menos metade das mortes causadas pela covid-19 no país e mostrou desrespeito com o povo e os trabalhadores de saúde.

"Até hoje ele brinca com o coronavírus, teima, faz piada e não tem nenhum respeito pelos parentes das pessoas que morreram pela doença", disse. "Bolsonaro se comporta como genocida e o discurso dele é o de miliciano", completou. Lula afirmou ter faltado competência e que, se estivesse no lugar de presidente, teria feito um comitê de crise, orientado a sociedade e feito da compra de vacinas uma prioridade.

"Não é difícil fazer, é ter vontade e compromisso com o povo brasileiro, para que sofra menos do que já sofreu", falou. O ex-presidente lamentou pelo estado do país e das pessoas no contexto da pandemia.

O Brasil era considerado pela ONU (Organização das Nações Unidas) o povo mais feliz e esperançoso do mundo e virou pária mundial. Ninguém quer vir visitar o governo, ele não existe mais. Não conversa com a sociedade, não fala de emprego e o aumento de salário é só para ele mesmo.

Lula

Sobre o tempo que ficou preso e perdeu os direitos políticos, Lula disse ter sido uma provação, mas que está bem. Segundo o petista, quem deve "sofrer muito" são as pessoas que "mentiram" a respeito dele e listou a Rede Globo, Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

"Quando era presidente, o Brasil era adorado pelo mundo e hoje o que virou? Porque tem um governante que tem ódio, ele não gosta do povo, só dos milicianos dele. Ele adora ver um miliciano na porta do Palácio gritando mito e ele acredita, não sabe a fragilidade da palavra. Ele destruiu o país e reconstruir vai ser difícil", afirmou.

Meta é ver o povo 'recuperando prazer de ser brasileiro'

Nas redes sociais, o ex-presidente declarou que sua meta é recuperar o "prazer de ser brasileiro". Lula se definiu como "livre, leve e solto" e disposto para viajar pelo país e dizer ao povo que "é possível o Brasil voltar a ser gigante".