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Josias: Comportamento do presidente Bolsonaro é 'sádico'

Do UOL, em São Paulo

24/05/2021 09h31Atualizada em 24/05/2021 09h42

O colunista do UOL Josias de Souza classificou o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como "sádico". Ontem, Bolsonaro promoveu uma aglomeração no Rio com a presença do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ambos estavam sem máscara.

"Há algo sádico no comportamento de Bolsonaro. O Brasil é um país atormentado pela doença, que precisa de cuidado médico e de conforto político. O presidente prefere criar uma figura nova, virando uma espécie de despresidente. Ele desqualifica o conhecimento científico, desdiz o que o Ministério da Saúde recomenda, ameaça editar decreto para desfazer o que está sendo feito nos estados. Um líder genuíno uniria o país."

Ainda segundo Josias, Bolsonaro "faz tudo ao contrário". "Depois de conspirar contra as vacinas, ele agora estimula o contágio. Não está dando certo para o Bolsonaro, que confraterniza com os seus devotos, mas ouve manifestações adversas [no ato do Rio] com panelaços, e as pesquisas indicam que o presidente perde popularidade. Não dá certo".

O único que não perde nesse contexto é o vírus. Vírus não perde por esperar no Brasil e, com Bolsonaro, ele ganha mais."
Josias de Souza

No evento de ontem, um passeio com motociclistas, o presidente terminou seu discurso atacando governadores e prefeitos que decretaram restrições devido à pandemia do novo coronavírus.

Para Bolsonaro, as restrições são adotadas "sem qualquer comprovação científica", na contramão do que dizem epidemiologistas, que recomendam medidas de distanciamento social. Ele não fez menção à compra de mais vacinas e insumos contra a doença pelo governo federal.

"Entre os meses de abril e maio, Bolsonaro realizou 14 viagens. Nesses seus deslocamentos, ele normalmente confraterniza com seus devotos, mas transforma os atos, mesmo os que visam inaugurar obras, em atos de campanha eleitoral e, simultaneamente, patrocina atentados às normas sanitárias."

Josias continua: "A eleição ainda é um ponto longevo no calendário, o drama do presente é a pandemia que ameaça agora inaugurar uma terceira onda de contágio e vai empilhando cadáveres na conjuntura enquanto caminhamos para a marca macabra de 450 mil mortos".