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Deputados do PT acionam MPF e TCU contra compra de aparelho espião

Deputados do PT entraram com duas representações no MPF e no TCU contra o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o ministro da Justiça, Anderson Torres, por licitação para a compra de um aparelho espião pelo governo - José Cruz/Agência Brasil
Deputados do PT entraram com duas representações no MPF e no TCU contra o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o ministro da Justiça, Anderson Torres, por licitação para a compra de um aparelho espião pelo governo Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Carla Araújo e Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

25/05/2021 14h06Atualizada em 25/05/2021 14h37

O líder do PT na Câmara, Bohn Gass (RS), e o correligionário Paulo Teixeira (SP) entraram com duas representações, sendo uma no MPF (Ministério Público Federal) e outra no TCU (Tribunal de Contas da União), contra o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o ministro da Justiça, Anderson Torres, por conta da licitação promovida pela pasta para a contratação de um aparelho espião pelo governo.

A interferência do filho "02" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no pregão eletrônico de nº 3/21 foi revelada pelo UOL. Segundo fontes ouvidas pelo portal, o político carioca tenta usar a estrutura do Ministério da Justiça para expandir uma "Abin paralela".

Segundo os deputados, Carlos também é o responsável por comandar o chamado "gabinete do ódio".

"(Carlos Bolsonaro) Instalou-se num gabinete do 3º andar do Palácio do Planalto e dali vem comandando diretamente o denominado "gabinete do ódio", que agora ele tenta fortalecer com a aquisição do referido sistema, criando a sua própria Abin paralela", dizem os ofícios enviados.

Ao se referirem ao sistema Pegasus, ferramenta israelense de espionagem e que constou no processo de instrução do edital, os parlamentares escreveram no pedido que "a quebra de sigilo digital dos cidadãos", sem autorização judicial, configura "uma grande ameaça aos brasileiros e às instituições".

"Trata-se, sem meias palavras, além de uma aquisição desnecessária, quando confrontada com as prioridades sanitárias do país, da institucionalização da espionagem ou arapongagem criminosa no Brasil, num momento em que se acirra, como se verá adiante, a disseminação do ódio", ressaltam.

Os petistas também lembram que ficaram de fora da licitação os principais órgãos de inteligência do governo, como o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

"As condutas dos representados (Carlos e Anderson) além de causarem prejuízos ao erário, exsurgem também como ofensiva à moralidade administrativa", concluem.