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Tese da imunidade de rebanho foi descartada há muito tempo, diz Dimas

Andréia Martins e Hanrrikson de Andrade*

Do UOL, em São Paulo

27/05/2021 12h32

A imunidade de rebanho naturalmente induzida pela infecção de covid-19 de boa parte da população é uma tesa "descartada", segundo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

"Vou falar como médico, especialista, a tese da imunidade de rebanho foi descartada há muito tempo. No começo da pandemia, alguns países da Europa até chegaram a sugerir a possibilidade de ter a imunidade de rebanho, mas naquele momento se sabia muito pouco sobre o curso da própria epidemia", disse Covas em depoimento à CPI da Covid no Senado.

O médico disse que a vacina é uma medida de combate à epidemia, mas não "resolveria o problema".

"Ela não teria abortado a segunda onda e não vai abortar a terceira onda porque nós temos ainda muitas pessoas suscetíveis no Brasil. Então as outras medidas, as chamadas medidas não farmacológicas de enfrentamento da epidemia são fundamentais", disse ele, em referência a práticas como uso da máscara e distanciamento sociail.

Dimas afirmou que as medidas foram adotadas "por todos os países civilizados, que conseguiram o controle da epidemia. A gente só precisaria copiar, copiar de uma forma eficiente. Nós não fizemos isso".

O médico foi ouvido pelos senadores para prestar esclarecimentos sobre as negociações para o uso da Coronavac com o governo federal e com o laboratório Sinovac, da China, do qual o instituto é parceiro na fabricação do imunizante no Brasil.

*com colaboração de Ana Carla Bermúdez