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Com 11% do país imunizado, Queiroga diz que campanha de vacinação vai bem

Do UOL, em São Paulo

08/06/2021 16h30

Com apenas 11% do país imunizado com as duas doses, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a campanha de vacinação contra a covid-19 no Brasil "vai bem". A declaração foi feita durante sabatina da CPI da Covid, no Senado, na tarde de hoje. Esta é a segunda vez que o ministro é convocado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga ações do governo federal em meio à crise sanitária.

"[A vacina da] Pfizer, 200 milhões de doses até o final do ano, isso é um volume de doses muito expressivo. 38 milhões da Janssen, as vacinas do Covax Facility são mais de 44 milhões de doses. A AstraZeneca... a produção da Fiocruz a partir de outubro será nacional, mas já contratamos IFA para produção de 50 milhões de doses, que vai subir esse hiato, entre o que está sendo feito hoje e a produção nacional", ressaltou Queiroga, referindo-se a acordo de transferência de tecnologia para a produção de imunizantes no Brasil.

"Então se é algo que estou tranquilo é com relação a essa meta de vacinação [de dezembro]. Além disso estamos na iminência de fechar o contrato com a Moderna, dependendo de detalhes. A campanha de vacinação no Brasil vai bem", concluiu.

Nesta segunda-feira, o Brasil chegou à marca de 23.026.663 pessoas que receberam a dose de reforço da vacina contra a doença, o que corresponde a 10,87% da população do país. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Entre domingo e segunda, a primeira dose de imunizante foi aplicada em 606.856 brasileiros, contabilizando um total de 49.584.110 vacinados nesta fase inicial —o que representa 23,42% da população nacional. Outros 96.549 receberam a dose de reforço nas últimas 24 horas.

A aplicação de duas doses de vacina contra a covid-19 é uma recomendação dos laboratórios responsáveis pela produção da CoronaVac, Oxford/AstraZeneca e Pfizer/BioNTech.

Segundo dados da plataforma "Our World in Data" ("Nosso Mundo em Dados", na tradução literal), ligada à Universidade de Oxford, o Brasil é o 4º em número absoluto de doses aplicadas (sem diferenciar primeira ou segunda doses) e 80º colocado no ranking que mostra a proporção da população que recebeu pelo menos uma dose.

Vacinação 7/6 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Eficácia da CoronaVac

Durante o depoimento à CPI, o ministro da Saúde disse ainda que as dúvidas sobre a eficácia da Coronavac "não devem se confirmar". Depois, corrigiu a fala e afirmou que as dúvidas eram em relação aos idosos acima de 80 anos.

O imunizante é produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac e já foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro e membros do governo federal que destacaram a procedência da vacina.

"A vacina da Coronavac pairam ainda dúvidas que, para mim, não devem se confirmar acerca da sua efetividade", disse. Queiroga também reforçou que "aposta" na tecnologia desenvolvida para outro imunizante do Butantan, a vacina Butanvac.

Em maio, o jornal "Folha de S.Paulo" publicou resultado de estudo feito pelo Vebra Covid-19 (Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19), que reúne cientistas de instituições nacionais e internacionais, com idosos de mais de 70 anos depois que a vacina foi aplicada massivamente no Brasil.

Os dados encontrados mostram que a efetividade entre os que têm mais de 80 anos foi menor que a efetiva global encontrada nos estudos clínicos realizados pelo Instituto Butantan no Brasil, de 50,7%.

Na tentativa de minimizar dúvidas quanto à eficácia da CoronaVac, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, reafirmou que a vacina, desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac, tem alta eficiência em idosos e que não há necessidade da aplicação de uma terceira dose do imunizante.

"Com relação a esses comentários que têm surgido dizendo que a vacina tem uma eficiência menor em pessoas idosas, eu digo a vocês que todos os estudos que o Butantan tem feito, e são muitos, aqui no Brasil, na cidade de São Paulo, no município de Serrana, no estado do Ceará e também no Chile, mostram que essa vacina tem uma alta eficiência, ou seja, ela é capaz de proteger contra os sintomas da doença, contra as internações e contra os óbitos. Em todas as faixas etárias acima dos 18 anos, inclusive nos idosos", afirmou Covas, em vídeo publicado nas redes sociais.

*Com informações da agência Estadão Conteúdo

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.