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Josias: dúvida é até quando instituições aturam delinquências de Bolsonaro

DO UOL, em São Paulo

09/06/2021 09h07Atualizada em 09/06/2021 14h56

O episódio sobre o relatório paralelo de mortes por covid-19, que foi desmentido pelo TCU (Tribunal de Contas da União), deixa no ar a dúvida de até quando as instituições da República vão aturar delinquências do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), avaliou o colunista Josias de Souza em participação no UOL News de hoje.

O relatório, que apontaria erroneamente uma supernotificação de mortes por covid-19 no Brasil, foi citado por Bolsonaro durante conversa com apoiadores na última segunda-feira (07). Horas depois, o órgão desmentiu a declaração do presidente.

Segundo reportagem do jornal "Correio Braziliense", o estudo paralelo foi produzido pelo auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, mas não foi aceito por nenhum outro auditor do TCU por considerá-lo uma farsa.

A dúvida que fica no ar é até quando as instituições da República vão aturar essas delinquências do Bolsonaro. Quando o presidente se apropria de uma notícia, os fatos se perdem para sempre
Josias de Souza, colunista do UOL

De acordo com Josias, a postura de Bolsonaro demonstra preocupação com a CPI da Covid, que apura a conduta do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus.

"A gente está se habituando a este tipo de comportamento do presidente, que neste caso mostra um certo desespero, até porque ele está sendo acossado pela CPI e ele insiste em jogar os governadores no ventilador", disse.

"Essa foi mais uma tentativa, o mundo sabe que os casos de covid no Brasil são subnotificados e não supernotificados, mas o presidente tentava fazer crer que os governadores estão fraudando o número de mortos para arrancar mais dinheiro do Tesouro Nacional", completou.

Josias de Souza ainda acredita que Bolsonaro, ao se basear em um relatório paralelo para questionar o número de mortes por covid-19 no Brasil, desqualifica o próprio governo.

"Fazendo isso, ele desqualifica os números de seu próprio governo. São números checados, verificados pelo Ministério da Saúde. Até quando isso vai perdurar, até quando as instituições vão aturar esse comportamento do presidente? Essa é a dúvida que fica no ar", disse.