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Sakamoto: Como bom militar, Elcio Franco cumpria ordens de Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

09/06/2021 18h56Atualizada em 09/06/2021 19h44

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto disse hoje que o depoimento na CPI da Covid do coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, demonstrou que ele cumpria ordens do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Durante participação no UOL News, Sakamato argumentou que por isso o governo federal decidiu não priorizar a compra de vacinas contra a covid-19.

O depoimento do ex-número 2 de Pazuello mostra que ele, primeiro, como bom militar, cumpria ordens do governo federal, e como bom militar ele cumpriu ordens do presidente da República, que tinham sido dadas também ao general Pazuello [ex-ministro da Saúde], de não priorizar a vacina naquele momento, de priorizar a entrega de cloroquina, a imunidade de rebanho, em detrimento de qualquer outra coisa. O saldo, a gente sabe, são mortes.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Para Sakamoto, a prioridade do governo Bolsonaro no ano passado era tentar economizar ao comprar vacinas contra a covid-19. Apesar de ter sido procurado pela Pfizer pela primeira vez em agosto de 2020, o Ministério da Saúde só assinou um contrato para compra de vacinas da farmacêutica americana em março deste ano.

"Ele [Elcio Franco] deixou claro, por exemplo, que o governo Bolsoanro não estava preocupado com a garantia de vidas ou com a economia no ano passado, mas estava pensando em economizar reais", disse o colunista do UOL.

Ele falou que toda vez que era questionado a respeito da compra da Pfizer e da CoronaVac, que foram ofertadas às dezenas de milhões no segundo semestre do ano passado, ele colocava entraves burocráticos, dizia que era questão de dinheiro, que era caro.
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.