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Plano de concorrer a presidente fez Bolsonaro retaliar governo, diz Witzel

Do UOL, em São Paulo

16/06/2021 12h24Atualizada em 16/06/2021 15h46

O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel disse hoje na CPI da Covid que houve perseguição política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra ele. Segundo Witzel, o motivo seria o seu plano de concorrer à Presidência em 2022.

"A partir [das investigações] do caso Marielle é que eu percebi que o governo federal começou a me retaliar. Após esse evento, não fui mais recebido no Planalto, tinha dificuldade de falar com os ministros. Encontrei Paulo Guedes no avião e ele virou a cara e saiu correndo 'não posso falar com você'. Fiquei em situação de vulnerabilidade por uma perseguição política."

Em outro episódio, numa reunião com o então ministro da Justiça, Sergio Moro, Witzel diz que foi orientado a parar de dizer que seria candidato à Presidência. "Sou convidado por Moro a conversar, achei estranho porque ele não quis tirar foto comigo, anunciar o meu nome e disse que não poderia estar dando publicidade a minha presença no Ministério da Justiça", relatou Witzel na CPI.

"Quando eu cheguei lá o ministro Moro disse pra mim o seguinte: 'Witzel, o chefe falou para você deixar de falar que quer ser presidente e, se não parar, infelizmente, não vamos poder te atender em nada'. É ou não é uma clara intervenção indevida ao estado?".
Wilson Witzel na CPI da Covid

Ainda segundo Witzel, o governo federal promoveu, inclusive, retaliação ao estado do Rio durante a pandemia do coronavírus.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.