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STF vai decidir se Bolsonaro será investigado por depósitos para Michelle

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a primeira-dama Michelle Bolsonaro - Anderson Riedel/PR
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a primeira-dama Michelle Bolsonaro Imagem: Anderson Riedel/PR

Rafael Neves

Do UOL, em Brasília

16/06/2021 22h03Atualizada em 16/06/2021 22h12

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), levou para o plenário virtual da Corte um julgamento que vai decidir se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve ser investigado pelos repasses de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O decano do tribunal é relator de uma notícia-crime feita pelo advogado Ricardo Bretanha Schmid para que a PGR (Procuradoria-geral da República) abrisse uma investigação contra Bolsonaro sobre os pagamentos à esposa do presidente. Mas o procurador-geral da República, Augusto Aras, rejeitou o pedido, em maio deste ano. Ele considerou que Flávio e Bolsonaro já são alvos da Justiça em primeira instância e não há indícios de cometimento de crimes por Bolsonaro.

Schmidt recorreu, e Marco Aurélio decidiu levar o caso para análise dos colegas. A previsão é que o julgamento ocorra no plenário virtual de 25 de junho a 2 de agosto. Nessa modalidade, os ministros depositam seus votos no sistema do STF ao longo de uma semana, sem a necessidade de uma sessão presencial. Nesse caso, o julgamento será interrompido pelo recesso do Judiciário, que ocorre entre os dias 1º de julho e 1º de agosto.

Entenda o caso

Queiroz, que chegou a ser preso por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de recursos no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, depositou 72 mil reais em cheques na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2018 — período em que é suspeito de operar a chamada "rachadinha".

Além dos valores depositados por Queiroz, a mulher do ex-assessor parlamentar também fez repasses, no valor total de 17 mil reais, à Michelle Bolsonaro, em 2011.

Bolsonaro já reconheceu que os cheques depositados por Queiroz na conta da primeira-dama eram para ele próprio, afirmando serem pagamento de um empréstimo que teria feito a Queiroz.