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‘Eu era vice’, diz governador do RJ sobre possível convocação à CPI

Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro, assumiu após Wilson Witzel ser afastado do cargo - ADRIANO ISHIBASHI/ESTADÃO CONTEÚDO
Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro, assumiu após Wilson Witzel ser afastado do cargo Imagem: ADRIANO ISHIBASHI/ESTADÃO CONTEÚDO

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

17/06/2021 13h40Atualizada em 17/06/2021 13h40

Cláudio Castro Castro (PL), governador do Rio que participa de um almoço com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e empresários no hotel Windsor na Barra, zona oeste carioca, falou sobre uma possível convocação à CPI da Covid. O requerimento sobre convocação de governadores vai ser votado amanhã (18) pela comissão, em Brasília.

"Vou conversar com meus advogados e com a minha equipe se eu devo recorrer ou não [se for convocado]. Não tem motivo algum. Eu era vice, não era nem governador. Nem tinha acesso à Saúde", explicou. O presidente chegou ao local sem ser visto às 13h acompanhado pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), sob forte esquema de segurança.

"Não sei nem se tem alguma motivação de me chamar [para a CPI da Covid]. Eu, particularmente, não consigo entender o motivo. Mas vou respeitar a comissão, se eles resolverem", completou.

O governador do Rio se esquivou de perguntas relacionadas ao teor do relato do ex-governador Wilson Witzel (PSC) na CPI ontem (16), que acusou o presidente Jair Bolsonaro de persegui-lo e também citou Castro, falando que ele estava em Brasília no dia do seu afastamento, em agosto de 2020.

"Não vou ficar cotejando o que ele falou. Não é o meu papel. Mas se eu tivesse alguma participação, já teria sido denunciado. Não tem nada contra mim", defendeu-se.

"O Edmar [Santos, ex-secretário de Saúde do Rio acusado de desvios na pandemia que citou Castro em relação premiada] começou a falar de todos indiscriminadamente. Porque o que ele queria era se livrar da cadeia."

Em seguida, demonstrou irritação com o assunto. "Gente, eu já respondi muito sobre isso. Sobre o evento... Tem mais alguma pergunta?", questionou.

Castro então encerrou a entrevista aos jornalistas no local dizendo que irá ouvir os pleitos dos empresários das áreas de supermercado, indústria e comércio, que participarão da reunião com Bolsonaro.

O almoço, que ocorrerá em um salão do hotel, contará com a participação de cerca de cem empresários dos setores.

O presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, o deputado Hélio Lopes e o ministro Augusto Heleno vieram de Brasília ao Rio em um avião que pousou no aeroporto de Jacarepaguá, zona oeste carioca. Em seguida, foram escoltados de carro até o hotel.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.