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Chico Alencar vê saída precipitada de Freixo e 'acenos' de Lula à direita

Chico Alencar (PSOL), vereador do Rio e ex-deputado federal - Herculano Barreto Filho/UOL
Chico Alencar (PSOL), vereador do Rio e ex-deputado federal Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

19/06/2021 17h59

Ex-deputado federal e hoje vereador do Rio de Janeiro, Chico Alencar (PSOL), que participou hoje do ato no Rio de Janeiro contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse em entrevista ao UOL que o deputado federal Marcelo Freixo se precipitou ao deixar o partido para se filiar ao PSB. O parlamentar anunciou a sua saída da sigla no dia 11 deste mês.

Ao comentar o que entende ter sido um "equívoco de Freixo", Alencar destacou a força da militância do PSOL na construção de uma frente progressista contra o bolsonarismo para as eleições presidenciais de 2022. Entretanto, vê "acenos de de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a políticos ligados à direita e desconversa ao ser questionado sobre um possível apoio à candidatura do ex-presidente no pleito do próximo ano. "Não vamos botar o carro na frente dos bois".

Lamento muito essa decisão do meu amigo Freixo. É uma escolha respeitável. Mas, no meu ponto de vista, equivocada. O PSB é um partido sem militância. Sem aquela pujança que o PSOL tem. E nós defendemos o diálogo com todas as forças progressistas para a disputa eleitoral do ano que vem
Chico Alencar, vereador do Rio

"O Marcelo Freixo, no mínimo, se precipitou. Mas estamos no mesmo campo político, democrático e progressista", ponderou Alencar.

Ao ser questionado sobre um eventual apoio da sigla à candidatura de Lula nas eleições presidenciais de 2022, o vereador carioca disse que o partido ainda debate o assunto internamente, prevendo uma definição até o fim do ano.

"Defendo a unidade das forças progressistas. Mas não vamos botar o carro na frente dos bois. Mais do que discutir nomes, é preciso discutir alguns pontos básicos que nos unem, a começar pelo enfrentamento ao bolsonarismo", analisou.

"A partir daí, a gente tem que estar aberto não só a alianças. Mas [a uma discussão para que] pela primeira vez na história do PSOL, não ter candidatura própria à Presidência da República. Mas isso tudo é uma discussão que está em curso", completou.

'Acenos' de Lula à direita, diz Alencar

Alencar também vê "acenos" de Lula a partidos ligados à direita e demonstra uma certa cautela ao tratar do tema. Mas, ainda assim, defende a possibilidade de troca de ideias entre o ex-presidente e o PSOL para a discussão de um eventual apoio.

"O Lula também tem feito muitos acenos à direita, que agora chamam de centro. Ele tem que debater conosco, discutir, ouvir os nossos pontos programáticos. Aliança não é adesão. Coligação não pode ser dissolução", concluiu.