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FHC diz que, sem 3ª via forte, é preciso apoiar Lula: 'o que posso fazer?'

"Eu respeito a força do presidente Lula. Ele se situa, sabe se colocar", disse - JF Diorio/Estadão
'Eu respeito a força do presidente Lula. Ele se situa, sabe se colocar', disse Imagem: JF Diorio/Estadão

Do UOL, em São Paulo

21/06/2021 18h39

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) defendeu hoje uma terceira via para as eleições presidenciais de 2022. No entanto, FHC afirmou que se um novo nome não for viabilizado, é preciso apoiar o também ex-presidente Lula (PT) em uma disputa contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro (sem partido).

"Claro que sou do PSDB, e prefiro, mas se o Lula for capaz de se expressar de uma maneira, o que eu posso fazer?", disse em entrevista à CNN Brasil. "Eu respeito a força do presidente Lula. Ele se situa, sabe se colocar. Eu prefiro que alguém do PSDB, mais jovem, saiba fazer a mesma coisa. Eu prefiro. Mas, em política, não podemos escolher adversário", explicou.

Lula e FHC são adversários históricos e desde a redemocratização estão em lados opostos do espectro político. Eles se enfrentaram nas urnas nas duas eleições para a presidência em que o tucano saiu vitorioso, em 1994 e 1998.

Fernando Henrique falou também que defende que o PSDB lance uma candidatura própria, mas não descartou a possibilidade de o partido apoiar outro nome. "Claro que se tiver alguém do PSDB, com a capacidade de agrupar, que seja essa pessoa. Mas, se não tiver, vamos juntar".

Por enquanto, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além do senador Tasso Jereissati e do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, são cotados para disputar a presidência pelo PSDB.

Apesar de defender a saída de Bolsonaro da presidência, FHC afirmou que não acredita que ele esteja se movendo contra a democracia. "Eu, sinceramente, não acredito que o presidente Bolsonaro tem uma visão de corrupção da democracia. Mas, sem querer, a dinâmica política pode levar a fazer isso", opinou.

Sobre a possibilidade de impeachment, o ex-presidente disse acreditar que ele pode acontecer, mas não defendeu o processo: "O melhor é que não se chegue ao impeachment. Não sou torcedor do impeachment. Acho que pode acontecer, mas depende do comportamento do presidente. Se ele se comportar e seja contrário às leis abertamente, não tem como".