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Polarização entre Lula e Bolsonaro 'não interessa ao país', diz Santos Cruz

General Carlos Alberto Santos Cruz defendeu uma terceira via para presidente - RENATO COSTA /FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
General Carlos Alberto Santos Cruz defendeu uma terceira via para presidente Imagem: RENATO COSTA /FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL, em Alagoas

21/06/2021 10h09

Ex-ministro da Secretaria de Governo na gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o general Carlos Alberto dos Santos Cruz disse que o país precisa de uma terceira via nas eleições para presidente em 2022, pois, ao seu ver, a polarização entre o atual gestor e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não interessa" ao Brasil.

Em entrevista à Veja, o general avaliou que Jair Bolsonaro não teve a competência necessária para gerir o Brasil, e que o PT já teve a oportunidade. Para ele, uma boa alternativa para se opor à atual polarização seria o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Porém, ressalta, outros nomes não devem ser descartados.

"Temos um ex-presidente que já teve sua oportunidade e não tem sentido a volta. E temos um presidente atual que já demonstrou que está mais preocupado com o soldo do que com a administração ou pacificação do país. É uma polarização que não interessa", declarou.

O ex-ministro disse que o Brasil "não pode voltar 20 anos" no tempo e é preciso "andar para a frente", coisa que, segundo ele, "o governo atual não conseguiu fazer".

"[O governo Bolsonaro] investe no fanatismo, no show, no populismo. É o processo de qualquer regime totalitário. É divisão social, é o culto à personalidade, é o ataque às pessoas, e não a discussão de ideias. Os ataques são todos pessoais com desinformação, fake news, crimes de calúnia, de difamação, desinformação, mentira. Isso é o que está caracterizando o momento atual", completou.

Fanatismo pode levar à violência

Na visão de Carlos Alberto dos Santos Cruz a atuação do chefe do Executivo Federal para estimular o fanatismo de seus apoiadores é perigosa e pode levar o Brasil a uma situação de anomia, que poderá resultar em um estado de violência.

O general criticou o uso político das Forças Armadas e vê com preocupação a "destruição das instituições" por parte da atual gestão, que, afirma, não podem servir como "instrumento de pressão" nem "de intimidação política".

"Há o risco de esse fanatismo que nós estamos vivendo levar o país à violência", declarou. "É um absurdo o que estamos vivendo. Isso é falta de responsabilidade, é uma coisa criminosa. O fanatismo e o crime caminham juntos e tem hora que você não consegue diferenciar quem está de um lado e quem está de outro. Temos uma milícia digital que denigre as pessoas, que ataca as pessoas. Isso é caso de polícia, isso é crime", concluiu.