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Barros diz que não há "acusações objetivas" e se dispõe a depor na CPI

O deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

27/06/2021 20h10

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), divulgou nota hoje para rebater as acusações que pairam sobre ele após depoimento dos irmãos Miranda à CPI da covid na última sexta (25).

De acordo com o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), associou Barros às irregularidades identificadas na negociação pela compra das vacinas Covaxin. O servidor do Ministério da Saúde responsável pelas importações e que levantou suspeitas sobre as negociações é Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado denunciante.

Na nota divulgada hoje, Barros diz que "fica evidente que não há dados concretos ou mesmo acusações objetivas, inclusive pelas entrevistas dadas no fim de semana pelos próprios irmãos Miranda". O deputado também afirma que está disposto a prestar esclarecimentos à CPI da Covid para explicar que "não há qualquer envolvimento" seu com a compra da Covaxin.

Pontos de suspeita rebatidos em nota

Ao longo da nota, Barros se defende de suspeitas que surgiram por parte da cúpula da CPI após o depoimento dos irmãos.

Na sexta, durante o depoimento, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questionou Luis Ricardo sobre a identidade da servidora responsável pelo contrato com Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, e a Precisa Medicamentos, representante do laboratório indiano no Brasil.

Ao ouvir o nome de Regina Célia Silva Oliveira, Randolfe citou que Regina foi indicada ao cargo por Ricardo Barros, quando ele era ministro da Saúde do Governo Temer.

Na nota de hoje, Barros diz que Regina é servidora de carreira no ministério desde 1995 e anexa documentos que provam sua versão. Uma instabilidade no Portal da Transparência na noite deste domingo impediu que o UOL checasse a veracidade dos documentos.

Barros também se defende do que chama de "impreciso diálogo" dos irmãos com Bolsonaro. De acordo com o líder do governo na Câmara, o caso sob investigação é sobre a compra de medicamentos não entregues pela empresa Global. Ele teria "provado conduta em favor do SUS", de acordo com a nota.

A Global tem o mesmo quadro societário da Precisa Medicamentos, que seria intermediária da compra das vacinas Covaxin. No depoimento, Luis Ricardo Miranda respondeu que "sim" aos questionamentos sobre a Global: se era conhecida na aquisição e distribuição de medicamentos, e se havia má reputação da empresa entre os técnicos do Ministério da Saúde.

Barros também foi o autor da emenda à Medida Provisória das Vacinas que criou a brecha para que a Covaxin pudesse ser adquirida antes do registro na Anvisa. Em relação a este ponto, o deputado afirma que outros parlamentares também apresentaram emenda semelhante.

O deputado federal também se defende de eventual "pressão" para compra de imunizantes. Na nota, afirma que está à frente da Frente Parlamentar da Indústria Pública de Medicamentos e que cabe ao Legislativo "fazer sua parte para o acesso às melhores práticas e benefícios e ampliação do atendimento à população e ampliação".