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'Fui vítima da PGR como Lula foi da Lava Jato', diz Renan Calheiros

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) - Marcos Oliveira/Agência Senado
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Rayanne Albuquerque, Gabriel Toueg e Leticia Simionato

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

28/06/2021 11h28Atualizada em 28/06/2021 11h57

Ao UOL Entrevista da manhã de hoje, o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) declarou que foi vítima da PGR (Procuradoria-Geral da República) assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi da Operação Lava Jato.

O parlamentar relembrou que a própria força-tarefa federal abriu contra ele 34 investigações. Desse total, segundo Calheiros, nenhuma tinha provas. Os encaminhamentos dessas investigações ocorreram, segundo ele, por ser o presidente do Congresso Nacional naquela circunstância.

O Lula não era sequer investigado. O Lula passou a ser investigado quando nos aproximamos das eleições, e viram com as pesquisas que ele ganharia a eleição. E aí pegaram o processo ridículo que estava em São Bernardo e levaram para Curitiba, fizeram uma exposição publica do Lula, varias buscas e apreensão. Aí correm para condenar Lula em segunda instância, com base na lei da Ficha Limpa, e não permitir a sua candidatura. O Lula foi sempre a principal vítima de Curitiba, e eu sempre fui a vítima da PGR."
Renan Calheiros

Calheiros criticou, ainda, a Operação Lava Jato, que lançou o nome do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro à opinião pública. "Fui minsitro da justiça e sempre defendi investigação. E acho que em qualquer circunstancia, deve haver oportunidade para o acusado se defender."

Uma coisa é você ser acusado com provas, e outra é sem provas. A Lava Jato tem contribuições civilizatórias, mas ela, quando exagerou, extrapolou seus limites. Quando teve objeto político, que era a substituição da politica, ela perdeu completamente o rumo e passou a se desmoralizar."
Renan Calheiros

Em sua opinião, "Sergio Moro não pode ir a um restaurante porque ficou claro com as mensagens que eles queriam substituir algumas pessoas — e eu fui apontado na mensagem como o segundo alvo que precisaria ser tirado da política". Calheiros faz referência às mensagens vazadas entre procuradores e o ex-juiz federal.

Crítico da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o relator declarou que o presidente está "na mão do centrão" e que a economia do país foi terceirizada para o ministro Paulo Guedes.

Calheiros voltou a repetir que o governo está fragilizado e que existe um "falso brilhantismo" na condução federal, que deteriora ainda mais o ambiente de negócios do Brasil.

Nós estamos sobre a égide de um orçamento paralelo, isso do ponto de vista orçamentário, isso é um retrocesso inominável. No ano de 2020, através dessa emenda RP9, o governo federal, através do Ministério da Saúde, gastou R$ 8 bilhões. Não é com emendas parlamentares, mas emendas clandestinas que foram dadas a membros da base do governo
Renan Calheiros