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Oposicionistas criticam fala de Bolsonaro sobre Covaxin: 'Parece confissão'

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no Planalto Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

28/06/2021 16h25Atualizada em 28/06/2021 16h45

Políticos e movimentos oposicionistas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentaram as declarações recentes do chefe do Executivo federal a respeito do contrato superfaturado da vacina contra a covid-19 Covaxin. Em conversa com apoiadores hoje, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que não tem como saber o que acontece com os ministérios do seu governo.

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), escreveu no Twitter que as contradições no discurso do presidente parecem uma "confissão".

Em um dia o Presidente se diz onipotente: "quem manda sou eu!", no outro, diz não ter controle algum sobre o que fazem nos ministérios sob a sua gestão. Parece uma confissão
Randolfe Rodrigues

O movimento Vem pra Rua também se posicionou contra as declarações de Bolsonaro. Para o coletivo, as falas do presidente são um tipo de desculpa.

O deputado federal Kim Kataguiri (MDB-SP) chegou a citar que há uma linha entre o discurso de Bolsonaro e o ex-presidente Lula. O parlamentar classificou como "bolsopetismo" as desculpas do presidente ao alegar que nada sabia sobre os ministérios.

Mais uma prova do bolsopetismo: Bolsonaro copia até as desculpas do Lula sobre escândalos de corrupção, diz que não sabia de nada
Kim Kataguiri

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB) disse que o presidente sabia da corrupção na compra das vacinas, mas preferiu "encobrir a roubalheira".

Bolsonaro, no mínimo, prevaricou e não pode seguir na presidência
Marcelo Freixo

O mesmo incômodo sentido por Freixo sobre o silêncio de Bolsonaro a respeito do caso que cita o deputado Ricardo Barros (PP-PR) como suspeito de liderar o esquema de superfaturamento no contrato de vacinas contra o coronavírus é citado por Guilherme Boulos.

O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto) afirmou que Bolsonaro foi eleito porque muita gente acreditou que ele seria capaz de agir contra a corrupção, mas que, até agora, "não falou uma palavra sequer contra Ricardo Barros".

Bolsonaro usa frase polêmica de Lula

O presidente Bolsonaro foi questionado por apoiadores hoje sobre a desvantagem na corrida presidencial de 2022 diante da possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silta (PT). Em resposta, o presidente utilizou uma fala controversa do petista, proferida em 2016.

A fala polêmica de Lula citada por Bolsonaro foi dita há cinco anos e questionava: "Onde estão as mulheres de grelo duro do nosso partido?".

Teve uma pesquisa aí, de um instituto Ipec, não sei o que lá, que deu 49% para o Lula. O que a grande mídia vai fazer? Em cima disso fala que o Bolsonaro é grosso, fala palavrão, as mulheres não votam nele. Eu não quero falar o que o Lula falou. Ele citou mulheres do 'cabelo' duro. Ele não usa máscara, geralmente não usa, não vou votar nele. Agora quem foi que falou 'ainda bem que apareceu o vírus?'
Jair Bolsonaro

Na altura, Lula foi rebatido por feministas que alegaram ser machista o cunho da mensagem dita pelo ex-presidente. A declaração de Lula foi realizada durante uma ligação com o ex-ministro Paulo Vannuch que foi grampeada.

Bolsonaro também voltou a dizer que desconfia do sistema eleitoral, mas até o momento, o chefe do Executivo federal não apresentou provas sobre as afirmações.