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Prorrogada, CPI espera colaboração da PGR e pode indiciar Flávio, diz Renan

27.abr.2021 - Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) discursa na abertura da comissão - Jefferson Rudy/Agência Senado
27.abr.2021 - Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) discursa na abertura da comissão Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Rayanne Albuquerque, Gabriel Toueg e Leticia Simionato

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

28/06/2021 10h38Atualizada em 28/06/2021 12h07

Caso a CPI da Covid seja prorrogada no Senado, o colegiado espera uma maior colaboração da PGR (Procuradoria-Geral da República). A declaração foi feita pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), ao UOL Entrevista na manhã de hoje.

Com a prorrogação por mais 90 dias, nós terminaremos nossos trabalhos, numa outra conjetura, levando em consideração a PGR. O procurador [Augusto Aras] já estará no seu segundo mandato, e a expectativa que temos é que ele possa colaborar mais com tudo que está acontecendo no Brasil
Renan Calheiros

Entrevistado pelos colunistas Josias de Souza e Tales Faria, Renan disse não se arrepender por ter apoiado a indicação de Augusto Aras à posição. "Eu acho que a política evolui, e torço para que essa circunstância especifica também evolua como a blindagem que há na Câmara."

A CPI já impactou muita coisa, o presidente se viu obrigado a ir para as ruas, enquanto a sua aprovação continua a cair. O povo se encorajou a ir para as ruas, fazer manifestação e, acho que já tivemos duas, a terceira será ainda maior. Já influenciamos na agilização do calendário da vacina, não como queríamos. E há uma mobilização nacional em função dos trabalhos da CPI, com aprovação maior de 60%, sobretudo nas redes socais. Eu acho e torço para que essa circunstância da PGR evolua na medida."
Renan Calheiros

Calheiros também não descartou a possibilidade de indiciar o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Para ele, a Comissão Parlamentar de Inquérito pode, em seu relatório final, encaminhar uma queixa subsidiária diretamente ao STF (Supremo Tribunal Federal) para "vencer a instância da PGR".

A CPI diretamente pode responsabilizar, mandar essa responsabilização no relatório final que deverá ser aprovado no plenário do Senado, para a PGR e para a Advocacia Geral da União, que terão 60 dias para definir sobre a apuração ou não dos fatos. Estuda-se a possibilidade de se fazer uma queixa subsidiária diretamente ao Supremo, sem ter que vencer a instancia da PGR."
Renan Calheiros

Ampliação do prazo da CPI

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, apresentou hoje um requerimento para que as investigações do colegiado sejam prorrogadas por mais 90 dias. Para que o pedido seja aprovado, é necessário que 27 senadores assinem o documento.

O pedido já era esperado diante do entendimento dos integrantes da cúpula da CPI sobre a necessidade aprofundar as investigações, principalmente em relação às suspeitas sobre a compra da vacina indiana Covaxin.

A partir do depoimento dos irmãos Miranda — deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda —, as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito entraram em um novo estágio.

Agora, o foco dos senadores é compreender se houve ou não prevaricação por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante da compra superfaturada dos imunizantes indianos contra a covid-19, Covaxin.