Topo

Esse conteúdo é antigo

Renan: 'Os machões da internet ficam caladinhos aqui na CPI'

Senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, critica silêncio do empresário Carlos Wizard - Jefferson Rudy/Agência Senado
Senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, critica silêncio do empresário Carlos Wizard Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

30/06/2021 12h52Atualizada em 30/06/2021 13h12

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou o silêncio do empresário Carlos Wizard em audiência nesta manhã. Após breve discurso na abertura da CPI, Wizard se recusou a responder qualquer questionamento dos senadores.

"O Brasil está vendo que os machões da internet ficam caladinhos aqui na CPI", ironizou Renan Calheiros. "Seu silêncio, nesse caso, não será definitivo nem esclarecedor porque teremos, em função da investigação, acesso a todas as informações e instrumentos legais".

Calheiros também se referiu a Wizard como "charlatão" por defender o tratamento precoce e por participar do suposto "gabinete paralelo" do Ministério da Saúde, que aconselharia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre medicamentos sem eficácia contra a covid e a imunidade de rebanho. Neste momento, o senador discutiu com governistas: "Nunca imaginei que fosse obrigado a ouvir charlatão".

O senador Otto Alencar (PSD-BA) também criticou Wizard. "Entre todas as virtudes do homem, a coragem é a principal porque depende dela todas as outras. O senhor não teve coragem hoje de falar aquilo que lhe foi perguntado embora tenha visto os vídeos onde o senhor se manifestava com firmeza".

Alencar diz que é lamentável a atitude do empresário. "O senhor tomou tantas decisões incorretas, erradas, nesse afã talvez de promoção pessoal, de não poder ver um microfone de uma TV para dar entrevistas e declarações sem nenhum fundamento científico. E levou pessoas a acreditarem no senhor. Quando li no Aurélio [dicionário] a definição de charlatão, se dá a alguém como o senhor".

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.