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MBL não vai participar de atos contra Bolsonaro, diz Kataguiri

Deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) - Michel Jesus/ Câmara dos Deputados
Deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) Imagem: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

Leonardo Martins e Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

02/07/2021 18h23Atualizada em 02/07/2021 20h25

O MBL (Movimento Brasil Livre) decidiu que não deverá participar dos atos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) amanhã. Segundo o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), o motivo é a preocupação com a pandemia.

Esta será a primeira manifestação nacional contra Bolsonaro após o chamado superpedido de impeachment protocolado nesta semana na Câmara dos Deputados, assinado também por Kataguiri. Com adesão de outros partidos que não de esquerda, a presença do MBL, qur rompeu com o governo, passou a ser especulada.

"A situação da pandemia e possibilidade da ascensão de uma terceira onda preocupa. O MBL estará na rua assim que a vacina estiver no braço e a população não estiver em risco", afirmou o deputado ao UOL.

Nesta sexta (2), o MBL organizou um buzinaço contra Bolsonaro na capital paulista.

Mais cedo, o vereador de São Paulo Fernando Holiday (Novo-SP), também ligado ao MBL, deu uma declaração parecida, afirmando que, com mais vacinas, mais pessoas deverão participar de atos contra o presidente.

Com a suspeita sobre a negociação de compra da vacina indicana Covaxin, no entanto, ganhou aderência de outros quadros de fora da esquerda, que prevaleceu nas últimas manifestações, e até o PSDB paulistano manifestou apoio.

"Nosso líder [o prefeito] Bruno Covas [morto em maio] disse que restariam poucos dias para o obscurantismo e o negacionismo e, para que isso se concretize, é necessário que todos os que são a favor da democracia e principalmente da vida se unam contra um governo que coloca o brasileiro a venda por US$ 1", disse o presidente do partido na capital, Fernando Alfredo, por meio de nota nesta semana.

Como Kataguiri foi uma das frentes no superpedido de impeahment, começou-se a especular o endosso do movimento de direita, que também encabeçou manifestações de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015.

Até o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, brincou nas redes sociais, chamando o MBL para os atos — o que rendeu críticas de parte da esquerda. Ele também elogiou publicamente a adesão do PSDB.

Segundo os organizadores, as manifestações deverão ocorrer em ao menos 290 cidades em todos os estados do Brasil e no exterior.