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Bolsonaro cita reinfecção de Doria por covid e volta a atacar governadores

Jair Bolsonaro voltou a falar com apoiadores após ficar internado - REUTERS
Jair Bolsonaro voltou a falar com apoiadores após ficar internado Imagem: REUTERS

Lucas Valença*

Do UOL, em Brasília

19/07/2021 12h01Atualizada em 19/07/2021 14h58

Em sua primeira fala com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada depois de ser internado em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que os "jovens brasileiros brigam para perder a liberdade", em uma crítica direta às medidas de isolamento social e de fechamento do comércio adotadas por gestores estaduais e municipais.

"Você vê hoje em dia jovens morrendo por liberdade em Cuba e aqui tem uns idiotas jovenzinhos brigando para perder a liberdade", disse.

O presidente também afirmou que o Brasil "está um caos" por conta das medidas adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus, que já vitimou mais de 540 mil pessoas.

"Não teve a política do 'fique em casa' e a economia a gente vê depois? Eu falava o contrário e levava pancada. Salve a economia agora", reclamou.

Em outro momento, Bolsonaro citou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que se recupera da covid-19 pela segunda vez. Ele fez uma relação distorcida sobre o fato, sugerindo que a reinfecção de Doria corrobora seu discurso contra o isolamento social, que na verdade vai na contramão do defendido por especialistas.

"Olha o exemplo, o governador de São Paulo foi reinfectado. Lembra que eu falava ' isso é uma chuva, tem que enfrentar'... Tem que enfrentar o problema, vai ficar dentro de casa?", questionou.

Os ataques continuaram ao longo da fala de Bolsonaro a apoiadores e o presidente ressaltou que, "de forma irresponsável, "vários governadores e prefeitos trancaram tudo e fecharam o comércio sem comprovação científica".

As medidas de isolamento social, porém, são recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pelas principais autoridades científicas do mundo como forma mais eficaz de conter a disseminação do novo coronavírus.

Fundo eleitoral e voto impresso

O presidente também classificou o presidente da Câmara em exercício, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), como "insignificante" e acusou o parlamentar de "atropelar o regimento" para evitar a aprovação da lei orçamentária.

Bolsonaro também voltou a defender o voto impresso para a realização das eleições presidenciais em 2022.

"Eleições não auditáveis é fraude", enfatizou o presidente ao desconsiderar que o voto eletrônico por meio das urnas eletrônicas já é auditável.

"Eu entrego a faixa para qualquer um, se eu disputar a eleição. Agora, participar de uma eleição com essa urna eletrônica...", disse, sem concluir o raciocínio.

Jair Bolsonaro também voltou a criticar o aumento no preço dos combustíveis e jogou a culpa nos governadores.

"Eu sei que subiu, mas a pessoa (que critica) não tem a capacidade de ver quanto é que está o ICMS do combustível. Não tem essa capacidade", afirmou ao enfatizar que "zerou o imposto federal do gás de cozinha" e que diminuirá o imposto do diesel.

*Colaborou Fábio Castanho.