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Temer defende semipresidencialismo e diz que atual sistema está esfarrapado

Ex-presidente Michel Temer (MDB) defende o semipresidencialismo a partir de 2026 - EVARISTO SA/AFP/Getty
Ex-presidente Michel Temer (MDB) defende o semipresidencialismo a partir de 2026 Imagem: EVARISTO SA/AFP/Getty

Do UOL, em São Paulo

20/07/2021 08h41Atualizada em 20/07/2021 08h47

O ex-presidente Michel Temer (MDB) defendeu hoje o semipresidencialismo a partir de 2026 e disse que o atual sistema político está "roto" e "esfarrapado". A declaração foi dada em entrevista à CNN.

O semipresidencialismo é um sistema de governo que introduz no cenário político a figura do primeiro-ministro e aumenta o poder do Congresso. Ao mesmo tempo em que mantém o presidente, eleito pelo voto direto, o regime delega a chefia de governo ao primeiro-ministro, responsável por nomear e comandar o chamado "Conselho de Ministros".

"O presidencialismo está roto e esfarrapado. Basta verificar os inúmeros pedidos de impeachment de todos os presidentes", disse Temer à CNN, que assumiu o cargo após impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Segundo ele, é possível trocar o sistema de governo sem traumas institucionais. "É a grande reforma política. E acaba com a instabilidade política", afirmou. "É o ideal [que seja aprovado para 2026]. Mas quem tem de definir esse assunto é o Congresso Nacional".

O movimento pela implementação do semipresidencialismo ganhou força após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sugerir publicamente a mudança. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Lira articula com aliados a mudança por meio de uma PEC (proposta de emenda à Constituição).

Uma possível mudança para o sistema de semipresidencialismo é criticado pela esquerda. Ontem, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a troca seria uma agressão à soberania popular.

"O impeachment sem crime, a fraude eleitoral de 2018 e o semipresidencialismo são três atos da mesma peça de teatro. A vítima é a mesma: a soberania popular. Imagine o Congresso escolher o chefe de governo", escreveu nas redes sociais.