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'Bolsonaro ameaça a ordem democrática', afirma deputado Marcelo Ramos

Marcelo Ramos pediu a Arthur Lira acesso aos mais de 120 pedidos de impeachment contra Bolsonaro - Agência Câmara
Marcelo Ramos pediu a Arthur Lira acesso aos mais de 120 pedidos de impeachment contra Bolsonaro Imagem: Agência Câmara

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/07/2021 20h40Atualizada em 23/07/2021 20h59

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaça a ordem democrática. A declaração ocorreu em uma live ao comentar a possibilidade de um impeachment contra o presidente.

"E ele [Jair Bolsonaro] ameaça a ordem democrática. Porque quando ele diz que não vai ter eleição, quando ele diz que vai fechar o congresso dia 31 de dezembro de 2022, quando ele diz que não vai dar posse para o presidente, ele está dizendo que não vai respeitar a vontade soberana do povo brasileiro", afirmou o deputado em live na rede TVT,

O parlamentar dizia que, entre os supostos crimes apontados pelos pedidos de impeachment, mereceriam destaque as ameaças de não realizar eleições e não dar posse para o eleito em 2022. Isso porque o tipo penal que trata de crimes de responsabilidade engloba também ameaçar a ordem democrática, e não só atingir ou afrontar a ordem.

Para o político, as acusações contra Bolsonaro são consistentes, tanto quanto as que envolvem a participação do presidente em manifestações que tinham por objetivo final o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso Nacional. Ramos acredita que, durante o aprofundamento das investigações da CPI da Covid sobre as irregularidades na compra de vacinas, pode ser encontrado crime de responsabilidade por parte do presidente

Caso substitua eventualmente o presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), o parlamentar entende que teria que avaliar o "cálculo político" para dar prosseguimento aos pedidos de impeachment.

"Essa análise não é só jurídica, nós temos um precedente disso. O Waldir Maranhão anulou a decisão do Eduardo Cunha que leu o pedido impeachment [contra Dilma] e depois a decisão dele foi revertida. Por isso essa análise tem que ser também de natureza política, é perguntar se isso ajuda ou enfraquece a luta política de resistência a esse governo".