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Ciro Nogueira aceita convite de Bolsonaro para chefiar Casa Civil

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), novo chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro - Edilson Rodrigues/Agência Senado
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), novo chefe da Casa Civil no governo Bolsonaro Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

27/07/2021 09h40Atualizada em 27/07/2021 14h23

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou hoje que aceitou convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o comando da Casa Civil. O anúncio vem após reunião entre os dois na manhã de hoje.

"Acabo de aceitar o honroso convite para assumir a chefia da Casa Civil, feito pelo presidente Jair Bolsonaro. Peço a proteção de Deus para cumprir esse desafio da melhor forma que eu puder, com empenho e dedicação em busca do equilíbrio e dos avanços de que nosso país necessita", escreveu o senador nas suas redes sociais.

A reunião entre Bolsonaro e Nogueira para selar a posse do novo ministro estava marcada para ontem, mas precisou ser adiada após o senador enfrentar um problema com seu voo de retorno do México, onde passava os dias do recesso parlamentar.

Nogueira vai substituir o atual o ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos. A troca já havia sido antecipada por Bolsonaro, numa manobra que dá maior espaço ao chamado centrão dentro do governo.

Com a mudança, o general Ramos será deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência, pasta atualmente ocupada por Onyx Lorenzoni, que, por sua vez, deverá assumir o novo Ministério do Emprego e Previdência Social.

O novo ministério de Onyx Lorenzoni é um desmembramento da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, hoje sob o guarda-chuva de Paulo Guedes no Ministério da Economia.

Também pelas redes sociais, Ramos desejou boas-vindas ao seu substituto e confirmou que assumirá "nova missão" na Secretaria-Geral da Presidência.

"Seja bem-vindo, Ciro Nogueira, ao time Jair Bolsonaro. Desejo muito sucesso na Casa Civil. Agradeço aos servidores que estiveram comigo nessa jornada e sigo em nova missão determinada pelo PR [Presidente da República] na Secretaria-Geral. Tenham certeza que mais uma vez darei o meu melhor em defesa do Brasil", escreveu no Twitter.

Troca visa fortalecer governo no Senado

A ida de Nogueira para a Casa Civil é estratégica para fortalecer o governo no Senado, onde tem perdido apoio com o avanço da CPI da Covid. Ele é presidente do PP (Partido Progressistas), um dos principais partidos do bloco de parlamentares do centrão, que dá sustentação parlamentar ao governo.

Apesar de compor a tropa de defensores do governo na CPI, Nogueira tem evitado embates mais duros, e o governo temia um desembarque do aliado.

O PP também é o partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que vem segurando as pressões para a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro. Há mais de cem pedidos protocolados na Câmara, mas a decisão de abrir um processo depende do presidente da Casa.

Além disso, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), também pertence ao partido. O deputado está na mira da CPI da Covid devido a negócios suspeitos quando era ministro da Saúde ainda na gestão Michel Temer (MDB) e por acusações de que teria atuado para fechar a compra da vacina Covaxin sem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e com valor acima das concorrentes.

Novo ministro chamou Bolsonaro de 'fascista'

Em 2018, Nogueira apoiou o candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno das eleições presidenciais. Em 2017, ele chamou Bolsonaro de "fascista" e "preconceituoso" em uma entrevista a um programa da Rede Meio Norte.

"O Bolsonaro, eu tenho muita restrição porque é um fascista. Tem um caráter fascista, preconceituoso. É muito fácil você ir para a televisão dizer que vai matar bandido", disse Nogueira na ocasião.

Em sua live semanal na última quinta-feira (22), Bolsonaro minimizou as declarações de Nogueira e disse que "as coisas mudam".

"Tem vídeo circulando que ele me chamou de fascista lá atrás. Sim, me chamou. As coisas mudam. Eu tinha posições no passado que não assumo mais hoje, mudei", disse Bolsonaro.