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Alvo de Bolsonaro, Barroso indica conto 'O Alienista' e música 'Fixação'

Do UOL, em São Paulo

06/08/2021 20h29Atualizada em 06/08/2021 21h07

A tradicional lista de dicas culturais para o fim de semana, publicada toda sexta-feira pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, foi vista por muitos como uma indireta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que mais cedo o xingou de "filho da p...", durante agenda em Joinville (SC).

Entre as sugestões de Barroso, estavam o conto "O Alienista", de Machado de Assis; a frase "aquilo que falam de mim não me diz respeito", de Mário Quintana; e a música "Fixação", da banda Kid Abelha.

"O Alienista" é um das obras mais famosas de Machado de Assis. Publicado em 1882, relata a história do médico Simão Bacamarte, que passa a se interessar pela psiquiatria e funda a Casa Verde — um típico manicômio —, onde faz experimentos em humanos. É um ensaio sobre a linha tênue — na visão do autor — entre loucura e lucidez, além de tratar sobre política e ambição pelo poder.

Já "Fixação", de Kid Abelha, está no álbum "Seu Espião", lançado em 1984.

Fixação
Seus olhos no retrato
Fixação
Minha assombração
Fixação
Fantasmas no meu quarto
Fixação
I want to be alone [quero ficar sozinho]

Trecho da música "Fixação"

Ataques reiterados

Barroso tem sido um dos principais alvos dos ataques de Bolsonaro, que se intensificaram nas últimas semanas em meio à discussão em torno do "voto impresso auditável". O presidente defende a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que quer adotar uma espécie de comprovante impresso após votação na urna eletrônica.

Ontem, a proposta foi derrotada por 23 votos a 11 na comissão especial da Câmara. Mesmo assim, o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), anunciou hoje que vai levar a matéria para discussão no plenário.

Apesar de questionadas por Bolsonaro, as urnas eletrônicas são auditáveis e testadas com regularidade sobre sua segurança. Já foi constatado que os dados principais são invioláveis e não podem ser infectados por vírus que roubem informações.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirma que não há indícios de fraude em eleições desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram adotadas.

Adicionalmente, segundo a Constituição, qualquer alteração no processo eleitoral deve ser aprovada ao menos um ano antes da votação. Isso significa que a PEC do "voto impresso auditável", apoiada por Bolsonaro, precisaria passar pelo Congresso até outubro deste ano para ser aplicada às eleições de 2022.