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Randolfe: única salvação para Ricardo Barros é fora da democracia

Colaboração para o UOL

11/08/2021 09h37

Na expectativa do testemunho do deputado Ricardo Barros (PP-PR) amanhã na CPI da Covid, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse ao UOL News que esse é "o mais importante depoimento da semana". O senador também criticou a presença de Barros no desfile militar em Brasília horas antes do julgamento da PEC do voto impresso.

"Ontem, ele esteve presente em ato intimidatório e de ameaça à democracia, acho que a única salvação para ele é fora da democracia. Ainda bem que a Câmara ontem mostrou que vivemos em um estado democrático de direito", falou sobre a PEC ter sido derrotada.

Randolfe acredita que as declarações do deputado ajudarão a compreender os fatos ocorridos no Ministério da Saúde no último ano, mas também já traça paralelos com a história de Barros na vida pública.

"O primeiro fato é que o procedimento em relação a (farmacêutica) Precisa não é diferente de 2017 e 2018. Quando Ricardo Barros era ministro da Saúde, ele contratou a Global para medicamento de pessoas raras, ela não entregou os remédios e 19 pessoas morreram com a ausência desses medicamentos", disse o vice-presidente da CPI.

A Precisa foi a farmacêutica escolhida para intermediar a compra da vacina anticovid indiana Covaxin, produzida pela Bharat Biotech. O caso está sendo investigado na comissão e a diretora técnica da empresa, Emanuela Medrades, já foi ouvida sobre sua experiência com o Ministério da Saúde.

Para Randolfe, o ocorrido com a Global mostra um padrão repetido de conduta. "Esse procedimento se reestabelece aqui: é contratada a empresa intermediária, a Precisa, e agora não teve vacina para ser oferecida aos brasileiros e com isso muitas pessoas morreram", explicou.

"O modus operandi se reestabelece, temos elementos dele em atuação em tráfico de influência, também com Roberto Ferreira Dias. Não vem de agora", afirmou.

Hoje na CPI

A partir das 9h30 de hoje, a CPI da Covid escutará o depoimento do executivo Jailton Batista, representante da Vitamedic, empresa que obteve crescimento na venda de remédios do "kit covid".

No kit, eram recomendados medicamentos como cloroquina e invermectina, que não têm eficácia comprovada contra a covid-19, mas receberam apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como alternativa de enfrentamento à pandemia do coronavírus.