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Filha de Jefferson cobra Bolsonaro após prisão: 'E o bonito não faz nada?'

Do UOL, em São Paulo

13/08/2021 12h33Atualizada em 13/08/2021 20h03

A filha de Roberto Jefferson (PTB), ex-deputada federal Cristhiane Brasil, pressionou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após a prisão do pai. Na visão dela, com o avanço das detenções da ala conservadora da política, o próximo poderá ser o líder da República.

Presidente nacional do PTB e aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Roberto Jefferson foi preso hoje preventivamente pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento com uma milícia digital que atua contra a democracia.

A cobrança de Cristhiane sobre Bolsonaro remonta à uma declaração do próprio Presidente da República sobre o Supremo. Em 28 de maio de 2020, após operação policial ordenada pelo STF que atingiu aliados bolsonaristas no inquérito das fake news, Bolsonaro afirmou que não haveria um dia como o 27 de maio, em que ocorreu a operação.

"Não teremos outro dia como ontem, chega". Na sequência, Bolsonaro disse: "Acabou, porra!"

"Respeito o STF e respeito o Congresso. Mas para esse respeito continuar sendo oferecido da nossa parte, tem que respeitar o Poder Executivo também", disse Bolsonaro à época.

Jefferson é levado ao IML do Rio

O ex-parlamentar chegou por volta das 12h30 ao IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro após ter a prisão decretada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), no âmbito do inquérito que ficou conhecido como das "milícias digitais".

O ex-deputado federal seguirá para a Superintendência da Polícia Federal, localizada na região portuária da cidade. Jefferson foi detido pela Polícia Federal na manhã de hoje, na casa dele, localizada no município do interior do Rio de Janeiro, Comendador Levy Gasparian.

Após sair da sede da Polícia Federal, Roberto Jefferson será encaminhado para a cadeia de Benfica, porta de entrada do sistema penitenciário. Do local, o ex-parlamentar poderá seguir para o complexo de Bangu.

Prisão

A prisão de Roberto Jefferson foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, acolhendo o pedido feito pela Polícia Federal no inquérito das milícias digitais.

Segundo a decisão, o núcleo virtual político atua como uma organização criminosa que tem como objetivo "desestabilizar as instituições republicanas", alvo de investigações da PF.

A organização foi descrita pelo ministro como tendo "forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inquérito 4.781 [inquérito das 'fake news'], com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito".

Além da prisão preventiva em Comendador Levy Gasparian, no Rio, o ministro também determinou a busca e apreensão de armas e munições de propriedade de Jefferson "bem como de computadores, 'tablets', celulares e outros dispositivos eletrônicos".

Nota do PTB sobre a prisão de Jefferson

O Diretório Nacional do PTB se manifestou em nota sobre a prisão do presidente da sigla. De acordo com a legenda, a detenção foi recebida com "incredulidade" e "surpresa".

O PTB classificou como "arbitrária" a decisão do STF pela prisão do ex-deputado e alegou que o ato demonstra a tentativa de "censurar o presidente da legenda".

"Este é mais um triste capítulo da perseguição aos conservadores. Nosso partido espera que a justiça veja o quão absurda é este encarceramento. No momento, aguardamos os desdobramentos futuros para nos pronunciarmos acerca das medidas a serem adotadas", escreveu em nota o PTB.