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Barroso esquece microfone aberto e revela conversa com general Braga Netto

Presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, discursa em evento no Acre - Reprodução/YouTube
Presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, discursa em evento no Acre Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

17/08/2021 20h07

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, esqueceu o microfone ligado e deixou vazar parte do conteúdo de uma ligação que recebeu hoje do ministro da Defesa, general Braga Netto. O vazamento ocorreu durante a sessão plenária virtual da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

"Boa tarde, general. Como vai o senhor? Tudo bem?", iniciou a conversa. Em seguida, Barroso é alertado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre o microfone ligado. "Ministro Luís Roberto, o microfone está aberto."

Ao UOL, a assessoria do STF explicou que o ministro Barroso, como presidente do TSE, está organizando a montagem da comissão de transparência das eleições, para monitorar todo o processo do voto eletrônico desde o primeiro momento. A comissão será integrada por diversos órgãos e entidades, e Barroso pediu a Braga Netto a indicação de um representante das Forças Armadas.

"Por essa razão, o ministro Barroso contatou o Ministro da Defesa, General Braga Neto, solicitando a indicação. O General retornou quando se iniciava a sessão da 1ª Turma do STF e o Ministro o atendeu."

Barroso havia ligado para Braga Netto, e recebeu o retorno do ministro nesta terça-feira, segundo informou a sua assessoria em contato com UOL.

Na semana passada, Barroso anunciou a ampliação de medidas de auditoria do sistema eletrônico de votação para aumentar a transparência da urna eletrônica, após a rejeição pela Câmara dos Deputados de proposta que obrigaria a impressão do voto pela urna. A criação da comissão de transparência é uma das ações adotadas pelo TSE.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sem apresentar quaisquer provas, tem constantemente colocado em dúvida o sistema eletrônico de votação afirmando que é passível de fraude e não é auditável. Entretanto, ao contrário do que afirma o presidente, o sistema eletrônico de votação é auditável e, desde a implementação da urna eletrônica em 1996, nunca foi comprovada nenhuma fraude no sistema.

O presidente foi o principal defensor da PEC do voto impresso e chegou a colocar em dúvida a realização das eleições do ano que vem se a proposta não fosse aprovada, o que provocou duras reações do Congresso e do Judiciário assegurando o pleito.