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CPI não terá depoimentos em semana do feriado de 7 de setembro, diz Renan

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid - Pedro França/Agência Senado
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid Imagem: Pedro França/Agência Senado

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

31/08/2021 11h21Atualizada em 31/08/2021 13h19

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou hoje que o cronograma de depoimentos será suspenso na semana que vem, em decorrência do 7 de setembro, e que o tempo livre proporcionado pelo feriado prolongado será dedicado ao "desenho do relatório".

Na versão de Renan, a decisão de não agendar oitivas para o período de 6 a 10 de setembro —o feriado da Independência cai na terça-feira (7)— é do presidente do Colegiado, Omar Aziz (PSD-AM).

"Essa é uma decisão do presidente, né. Em nenhum momento tinha se cogitado ouvir pessoas ao longo da semana do feriado. Porque é um feriado na terça-feira, em uma semana esvaziada, e estamos na reta final da CPI, é muito importante que tenhamos esse tempo proporcionado pelo feriado nacional para o próprio desenho do relatório."

Renan não comentou se a suspensão do cronograma de oitivas teria algum tipo de associação com as manifestações marcadas para a semana que vem em Brasília. Atos em favor do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão sendo organizados em meio a atritos entre os Poderes.

Segundo nota publicada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, com medo de eventuais agressões em razão do clima tenso, senadores avaliavam pedir a Aziz que não fosse realizada nenhuma oitiva durante a semana que vem.

O relator da CPI da Covid também comentou o cancelamento dos depoimentos que estavam previstos para hoje. Inicialmente, a ideia era ouvir Ivanildo Gonçalves, motoboy da VTCLog (empresa que possui contratos com o ministério da Saúde) e suspeito de efetuar saques que somam R$ 4,7 milhões. Protegido por liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), ele anunciou que não compareceria.

O Colegiado tentou então substitui-lo pela diretora-executiva da VTCLog, Andréia Lima, após o anúncio da decisão do Supremo —publicada ontem à noite. No entanto, ela alegou que a notificação foi feita em prazo curto e que, por estar em São Paulo, não conseguiria chegar a tempo em Brasília.

"Significa dizer que essa gente não está querendo falar. Quando você se esconde da forma que está se escondendo e até expondo instituições, ministros, significa em outras palavras que você não tem o que falar evidentemente. Como não tem pertinência temática? Um motoboy que retirou em caixa quase 7 milhões de reais? E teria destinado esse dinheiro a beneficiários. Isso não é importante que as pessoas saibam? Isso é muito importante, sim."