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Lira pede que carta de Bolsonaro seja uma 'oportunidade de recomeço'

Lira alertou que "não é o momento para desarranjos institucionais" e cobrou sintonia entre os Poderes - Paulo Jacob/Agência O Globo
Lira alertou que 'não é o momento para desarranjos institucionais' e cobrou sintonia entre os Poderes Imagem: Paulo Jacob/Agência O Globo

Do UOL, em São Paulo

10/09/2021 10h39Atualizada em 10/09/2021 11h28

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), comentou hoje, no Twitter, o teor da "Declaração à Nação", assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e direcionada ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Em tuíte, Lira lembrou que "toda instituição republicana ou Poder só existem para servir ao país" e disse que os chefes dos Poderes têm a "obrigação" de "trabalhar em sintonia para acabar com a pandemia, diminuir o desemprego e solucionar os precatórios".

"Não é o momento para desarranjos institucionais. Que a carta do presidente seja uma oportunidade de recomeço de conversas para estabilização da política na vida do povo brasileiro", pediu Lira.

Ontem, em entrevista ao "Brasil Urgente", da Rede Bandeirantes, Lira já havia elogiado a carta de Bolsonaro, dizendo que ela era um "ato de grandeza" do presidente e que marcava um "recomeço" na relação do Executivo com o Judiciário.

Declaração de Bolsonaro

Na carta, emitida dois após ameaças golpistas do presidente, Bolsonaro declarou respeito às instituições republicanas e afirmou que ataques anteriormente ditos decorreram "do calor do momento".

Bolsonaro também disse, na declaração, que nunca teve "nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes", mas diversas falas proferidas pelo presidente, muitas delas recentes, mostram o contrário.

A sinalização de recuo de Bolsonaro ocorreu após o ex-presidente Michel Temer (MDB) se envolver na resolução da crise provocada pelo presidente contra o Supremo. O mdbista chegou até a mesmo a mediar uma ligação do presidente com o ministro Alexandre de Moraes.

Moraes, que foi o principal alvo dos protestos bolsonaristas de raiz golpista em 7 de setembro, é desafeto de Bolsonaro desde o início de 2019, quando foi nomeado relator do inquérito que investiga ataques contra o Supremo por meio de desinformação, calúnias e ameaças.

No Dia da Independência, em discurso em São Paulo, Bolsonaro pregou desobediência a ordens de Moraes, classificando o magistrado como "canalha". Na carta emitida ontem, porém, o presidente disse que o ministro possui "qualidades como jurista e professor".

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) comemorou ontem o teor da carta de Bolsonaro. "É disso que o Brasil precisa", declarou, destacando a necessidade de "respeito entre os Poderes" e "obediência à Constituição".

Durante a noite, porém, em live nas redes sociais, Bolsonaro voltou a citar o artigo 142 da Constituição para defender as Forças Armadas como um poder "moderador" — o que é uma afirmação distorcida — e levantou, novamente, boatos já desmentidos sobre as eleições de 2018.

Em outro momento da transmissão, respondendo a cobranças de apoiadores e aliados para rebater declarações do ministro Luiz Fux, presidente do STF, Bolsonaro pediu "calma". "Amanhã a gente fala, deixa acalmar para amanhã", afirmou.