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No Rio, Barroso faz teste e enaltece urna: 'Total confiança no sistema'

Presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e o corregedor-geral Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, acompanharam testes de integridade - Antonio Augusto/Secom/TSE
Presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e o corregedor-geral Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, acompanharam testes de integridade Imagem: Antonio Augusto/Secom/TSE

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

12/09/2021 19h10Atualizada em 12/09/2021 19h10

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, disse ter "total confiança no sistema" eleitoral do Brasil e tem "aumentado a transparência" do processo das urnas eletrônicas para "desfazer qualquer duvida que possa existir".

Hoje, ele participou dos testes de integridade das eleições suplementares dos municípios de Silva Jardim e Santa Maria Madalena, ambos no Rio de Janeiro. As votações foram simuladas, mas com o objetivo de mostrar como o voto digitado é exatamente o mesmo recebido e contabilizado na urna.

O sistema é absolutamente seguro, está em aplicação desde 1996 e jamais se documentou qualquer tipo fraude. Não temos preocupação nessa matéria. Porém, é fato que criou-se, na minha visão, artificialmente, de uma pequena minoria algum grau de desconfiança. Portanto, as instituições públicas devem ser responsivas e aumentamos a interlocução para demonstrar a transparência, segurança e auditabilidade do sistema."
Luís Roberto Barroso, presidente do TSE

Essa foi a primeira vez que o teste foi transmitido ao vivo para qualquer pessoa. No dia da eleição, o processo é feito em local público e sob a fiscalização de partidos, entidades e cidadãos interessados.

Barroso disse, porém, que os partidos normalmente não comparecem. "Alguém poderia achar que é desinteresse, mas é porque têm total confiança no sistema. A Justiça Eleitoral está insistindo, sobretudo nas eleições do ano que vem, que os partidos não deixem de comparecer para atestar de corpo presente e, enfim, acompanhando todo o processo, que ele é absolutamente íntegro", explicou o presidente do TSE.

A medida faz parte de uma série de ações feitas e anunciadas pelo TSE para aumentar a transparência do sistema de votação do Brasil. Além disso, visam desmentir todas as falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que pede voto impresso e alega, sem provas ou com informações falsas, que as urnas eletrônicas não são confiáveis.

No mês passado, a colunista do UOL, Carolina Brígido, publicou que o TSE se prepara para triplicar o número de urnas eletrônicas a serem testadas em 2022.

Normalmente, o órgão sorteia cem urnas eletrônicas, preparadas para receber os votos, no dia da eleição. Os equipamentos sorteados são colocados em salas com filmagem, para serem testados em uma votação paralela, que não é contabilizada na votação oficial.

Durante o teste hoje, segundo o TSE, dos 33 partidos políticos registrados, apenas o PNM (Partido de Mobilização Nacional) e o Pros (Partido Republicano da Ordem Social) enviaram fiscal para acompanhar o sorteio das urnas.

Barroso não comenta últimas falas de Bolsonaro: 'Só respondo questões institucionais'

Durante a coletiva de imprensa, o presidente do TSE preferiu não comentar os últimos acontecimentos e falas de Bolsonaro, entre eles a carta aberta publicada pelo chefe do Executivo que dizia não ter "nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes" em seu discurso no ato antidemocrático do dia 7 de Setembro.

Só respondo questões institucionais. As pessoais, trato com a indiferença que merece. O resto é política, e não me interessa."
Luís Roberto Barroso sobre ataques de Bolsonaro

Em relação o pedido de impeachment feito por Bolsonaro contra os ministros do STF, o presidente do TSE afirmou novamente que isso se refere ao "domínio da política". "Sou juiz, lido com fatos objetivos e provas, não trabalho com especulações politicas", completou.