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Após atos esvaziados, base de Bolsonaro ataca MBL nas redes: 'Fiasco'

Do UOL, em São Paulo

12/09/2021 16h50Atualizada em 12/09/2021 21h34

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ministros do governo e parlamentares bolsonaristas ironizaram as manifestações realizadas neste domingo (12) pedindo o impeachment do presidente. Convocados pelo MBL (Movimento pelo Brasil Livre) e pelo Vem pra Rua, os atos aconteceram em várias capitais, mas sem adesão de organizações e partidos de esquerda.

Em uma publicação no Twitter, Bolsonaro atacou a imprensa e escreveu: "Alguém sabia desse 'ato'?"

A palavra "fiasco" entrou nos trending topics da rede social.

"Mandetta, pode ir para a manifestação que o distanciamento social está sendo 'totalmente respeitado' em todas as manifestações hoje", escreveu o ministro das Comunicações, Fábio Faria, em referência ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Mais tarde, Faria fez novo comentário, dizendo que as manifestações eram um "fato histórico" por ter mais pessoas no palanque do que na rua.

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, publicou um vídeo em que ri das imagens das manifestações.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, compartilhou o post de Fábio Faria e escreveu "chora esquerda!".

"Resumo da manifestação hoje na Paulista: meia dúzia de gatos pingados", escreveu o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Outro ex-ministro a se pronunciar foi Abraham Weintraub, que comandou o MEC (Ministério da Educação) até junho de 2020.

"Quem foi protestar hoje na rua? Banqueiros! José Olympio Pereira (presidente do banco Credit Suisse), Fábio Barbosa (ex-presidente do Santander) e Antonio Moreira Salles (Itaú Unibanco), entre outros. Além dos seguranças...", ironizou.

Repercussão entre parlamentares

Parlamentares também fizeram publicações sobre o assunto. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente, compartilhou imagens de Brasília, afirmando que "quase metade [das pessoas] é de policiais fazendo segurança".

Depois, Eduardo ainda retuitou uma postagem de Filipe Sabará, expulso do Novo em 2020, em que ele também ironizou o tamanho do ato em São Paulo. "Imagem aérea do fiasco de 12 de setembro, momento mais cheio na Avenida Paulista", publicou o ex-secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo.

A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, disse que a praia de Copacabana, onde ocorreu a manifestação no Rio de Janeiro, estava "mais vazia do que em um domingo qualquer de sol".

O deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do PSL na Câmara dos Deputados, afirmou que os atos "deixaram o domingo mais engraçado".

Já a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) comparou os atos de hoje com os de bolsonaristas, em 7 de setembro, cujo público estimado foi de 125 mil pessoas, segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. "De qual lado você está?", perguntou.

Apoiadores de Lula não comparecem

Neste final de semana, apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também usaram o Twitter para desencorajar a ida de manifestantes de esquerda aos atos.

Inicialmente, o movimento convocado pelo MBL e pelo Vem pra Rua tinha o mote "Nem Bolsonaro, nem Lula", o que afastou lideranças partidárias e movimentos sociais ligados à esquerda. Apoiadores de Lula também lembraram que as duas organizações participaram da mobilização pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Durante a semana, representantes do MBL afirmaram que esperavam a adesão de lideranças de outros espectros ideológicos às manifestações, principalmente por causa dos atos golpistas promovidos por bolsonaristas no 7 de Setembro.

No Rio de Janeiro, que teve manifestação pela manhã, manifestantes que diziam não querer "nem Bolsonaro, nem Lula" conviviam com apoiadores do petista.