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'Mentiras' e 'vergonha': oposição critica discurso de Bolsonaro na ONU

Do UOL, em São Paulo

21/09/2021 14h22Atualizada em 21/09/2021 14h37

Políticos da oposição, muitos deles postulantes a uma candidatura nas eleições presidenciais de 2022, criticaram o discurso proferido hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na ONU (Organização das Nações Unidas).

No Twitter, Ciro Gomes, ex-ministro da Integração Nacional e nome mais bem colocado da terceira via em pesquisas de intenção de voto sobre 2022, repudiou o discurso, pontuando que ele ocorreu "como previsto".

"Poucos minutos de discurso na ONU e uma carga de mentiras, mistificações, obscurantismo e hipocrisia que poderia cobrir anos e anos", resumiu Ciro Gomes. "Mas este tempo de vergonha tem seus dias contados", acrescentou.

Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, também criticou Bolsonaro. Na Assembleia Geral da ONU, o presidente proferiu informações falsas e falas descontextualizadas sobre o combate ao desmatamento na Amazônia.

"Mentiras sobre povos indígenas, cuidados à Amazônia, meio ambiente e sucessos na economia. Propôs charlatanismo no tratamento da covid. Foi o que despejou Bolsonaro na ONU, para nossa vergonha e indignação", disse Marina, em tom de lamentação, nas redes sociais.

Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, disse que o presidente pensa que, agindo com cinismo, "vai enganar investidores". "Infelizmente, o Brasil deve crescer só metade do que o resto do mundo em 2022", lamentou.

Adversário de Bolsonaro em 2018, Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo, disse que "mais um ano" de discursos de Bolsonaro na ONU seria "demais", no sentido de esgotamento. "Se não fosse por tudo, o impeachment nos pouparia do discurso do ano que vem", pontuou.

João Amoêdo (Novo), outro nome da direita que se declara como oposição a Bolsonaro, disse que o presidente fez um "discurso com mentiras e propagando um tratamento comprovadamente ineficaz". Ainda assim, "não era possível esperar diferente", afirmou.

Outro que se posicionou perante o discurso de Bolsonaro na ONU foi Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato ao governo de São Paulo. "Essa foi, provavelmente, a maior sequência de mentiras em um discurso presidencial na ONU. O Brasil não aguenta mais!", exclamou.

No discurso na 76ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, Bolsonaro, além das informações falsas envolvendo o desmatamento na Amazônia, também enalteceu manifestações de raiz golpista realizadas em 7 de setembro.

Na fala, Bolsonaro também mentiu sobre a inflação e a pandemia do novo coronavírus, atribuindo falsamente problemas econômicos nacionais a medidas de isolamento social, e defendeu medicamentos ineficazes contra a covid-19.

Para delegações estrangeiras presentes na abertura da assembleia, o discurso de Jair Bolsonaro, que contou com falas sobre socialismo, Deus e em defesa da família, piorou ainda mais a percepção do país no estrangeiro.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.