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Trevisan: Ministro da CGU mostra machismo amplificado por bolsonarismo

Colaboração para o UOL

21/09/2021 19h35

O ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner do Rosário, em depoimento à CPI da Covid, mostrou o machismo amplificado por bolsonarismo. Esta é a avaliação da colunista Maria Carolina Trevisan.

O ministro disse hoje em depoimento que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) estava "totalmente descontrolada". A declaração deixou a sessão tensa, que chegou a ser suspensa por causa do tumulto, e o integrante do governo Jair Bolsonaro foi chamado de moleque por senadores. Após a confusão, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), encerrou o depoimento.

"É lamentável que isso tenha acontecido hoje. Explicitamente, um depoente atacando uma senadora da República, independentemente disso, uma mulher que está lá para fazer um trabalho importantíssimo como tem feito. Ela tem sido uma das pessoas mais importantes da CPI, e tem se destacado de maneira importante e tem tido um papel fundamental", avaliou Trevisan.

Na avaliação da colunista, desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, o machismo passou a ser exposto no Parlamento de forma muito contundente.

"O que acontece dois anos e meio depois com Bolsonaro no poder: ele legitima esse tipo de comportamento de uma pessoa que está em uma Comissão Parlamentar de Inquérito, numa posição que era de testemunha para contribuir com uma investigação, e se achou no direito de xingar uma senadora da República", disse a colunista.

"Ele [Wagner do Rosário] deveria ter sido humilde de explicar o que ela [Simone Tebet] estava falando e não atacá-la. Agora com Bolsonaro estamos vendo o machismo legitimado."

O ministro havia sido questionado por Tebet sobre a atuação da CGU ao longo das negociações da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde, envolvidas em suspeitas de irregularidades.